RÁDIO AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO
Botão TV AO VIVO TV AO VIVO Ícone TV
RÁDIO AO VIVO Ícone Rádio

MT rompe contrato com consórcio de BRT em Cuiabá e novela continua após 11 anos de atraso

MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – O governo de Mato Grosso anunciou, nesta quarta-feira (5), a rescisão do contrato com o consórcio responsável pelas obras do BRT (Bus Rapid Transit) em Cuiabá e Várzea Grande. O estado disse que a decisão foi motivada pelo não cumprimento do acordo, com um atraso significativo na execução do projeto.

Segundo o governo, o consórcio executou pouco mais de 18% do empreendimento após mais de dois anos e três meses desde a ordem de serviço. O prazo de entrega era até 13 de outubro de 2024.

Esse é mais um capítulo de uma novela que se arrasta há 13 anos, quando foi feita a primeira licitação, que previa a conclusão para a Copa do Mundo de 2014, há 11 anos.

“A nossa Secretaria de Infraestrutura (Sinfra) notificou o consórcio mais de 50 vezes sobre os descumprimentos. Sentamos à mesa e tentamos todas as alternativas para evitar o rompimento. Porém, ficou muito claro que continuar com o contrato apenas estenderá o problema”, disse o governador Mauro Mendes (União Brasil).

Segundo o governador, serão apresentadas alternativas para garantir a continuidade da obra e o diálogo com o TCE (Tribunal de Contas do Estado) está em andamento.

O Consórcio BRT foi notificado da rescisão e terá cinco dias para apresentar sua defesa. A reportagem não conseguiu contato com a empresa.

A novela envolvendo o projeto começou em maio de 2012, quando houve a abertura dos envelopes das propostas da licitação para a realização da obra —na época, o plano era que fosse feito um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) de Cuiabá, que deveria ficar pronto para a Copa do Mundo de 2014.

Em 2020, o estado optou por abandonar o VLT e transformar o sistema em BRT –corredores de ônibus–, como era a proposta inicial antes de ser alterada no governo da presidente Dilma Rousseff (PT).

Em 2023, o governo de Mato Grosso começou a arrancar 6 km de trilhos que tinham sido instalados. Foram gastos R$ 1 bilhão, 24 km de aço importado da Polônia e 40 trens comprados.

No mesmo ano, a gestão estadual disse que, em valores nominais, seriam necessários R$ 760 milhões para terminar o VLT, enquanto o BRT sairia por R$ 480 milhões (sem contar R$ 200 milhões para comprar 54 ônibus articulados).

*

LINHA DO TEMPO DO VLT DE CUIABÁ

Jun.12 Estado assina contrato com o Consórcio VLT Cuiabá por R$ 1,4 bilhão com prazo de 24 meses para as obras

Mar.14 Concedido aditivo de prazo de 12 meses para conclusão da obra (Abril de 2014)

Jun.14 Data em que o sistema deveria estar operando, conforme o cronograma inicial

Dez.14 Governo determina paralisação das obras, alegando atrasos no cronograma, entre outros problemas. O contrato foi paralisado com 30% das obras físicas feitas e gasto de R$ 1,066 bilhão

Abr.15 Sem entendimento para retomar as obras, ação conjunta do estado e dos ministérios públicos estadual e federal resulta na suspensão judicial do contrato

Jan.16 KPMG apresenta relatório apontando R$ 602,7 milhões como o valor necessário para concluir as obras. O consórcio pedia R$ 1,2 bilhão

Mar.17 Após pedido do governo, KPMG apresenta cálculo atualizado, que indica a necessidade de R$ 889 milhões; após rodadas de negociação, acordo é fechado por R$ 922 milhões

Ago.17 Operação Descarrilho da PF, para investigar suposto pagamento de propina por parte do consórcio; governo estadual decidiu rescindir o contrato unilateralmente com as empresas do VLT

Jun.19 Tribunal de Justiça de Mato Grosso manteve a rescisão unilateral do contrato entre o governo e o consórcio. As empresas recorreram da decisão ao STJ (Superior Tribunal de Justiça), que negou por duas vezes os recursos

Dez.20 O governador Mauro Mendes anuncia a substituição de VLT para BRT

Dez.21 Governador paga quase R$ 600 milhões referente ao empréstimo com a Caixa para o VLT e quita a dívida do estado

Abr.22 Governo homologa o resultado da licitação, no valor de R$ 468 milhões

Dez.22 Empresa do Consórcio Construtor BRT Cuiabá começa a retirada das estruturas que serviriam como suporte para cabos energizados do VLT no município de Várzea Grande

Jun.24 Mato Grosso e Bahia avançam no processo de venda dos vagões do VLT, com o TCE da Bahia autorizando a negociação

JOSUÉ SEIXAS / Folhapress

COMPARTILHAR:

Participe do grupo e receba as principais notícias de Campinas e região na palma da sua mão.

Ao entrar você está ciente e de acordo com os termos de uso e privacidade do WhatsApp.

NOTÍCIAS RELACIONADAS