SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Uma muçulmana relatou ter passado por um constrangimento ao tentar entrar na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte por estar usando véu.
Ana Maria Pimenta seguia para uma reunião da Comissão de Direitos Humanos quando foi barrada na entrada. O caso ocorreu na manhã da última quinta-feira (6), e ela representaria a comunidade muçulmana do Estado.
Os seguranças do local teriam informado que ela não poderia entrar com o véu. Os funcionários ainda explicaram que eram as ”normas da Casa”. Enquanto isso, os outros convidados do evento eram liberados e se revoltavam com a situação.
”Senhor, eu sei que a culpa não é sua, mas ela vai entrar”, disse o marido de Ana, Mohamad Tawfic, a um dos seguranças. O homem contou ao UOL que supervisores foram acionados e, após muita insistência, Ana Maria pôde entrar no local.
Durante a reunião, Tawfic fez a denúncia e citou o caso como ”racismo religioso”. ”Se fosse uma freira, deixaria entrar? Se fosse povos indígenas com as vestimentas deles, eles entrariam ou não? O padre entra?”, questionou o homem, que é vice-presidente do Comitê Estadual Intersetorial de Atenção aos Refugiados, Apátridas e Migrantes do RN.
Ana Maria contou ao UOL ter ficado muito abalada. ”Depois do acontecido, eu fiquei muito mal, no outro dia fiquei pensando sobre isso e vim para o interior, para a casa de familiares”, relatou.
O UOL também entrou em contato com a Assembleia. Ainda não houve retorno, mas o espaço segue aberto para manifestação.
Redação / Folhapress