SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O vice-prefeito de Mariana (MG), Cristiano Vilas Boas (PT), foi denunciado por uma mulher que diz ter sido vítima de abuso sexual durante uma festa no domingo (3), em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte. A defesa de Vilas Boas nega o crime.
A vítima disse que foi para a festa de aniversário com um casal de amigos e que conheceu Cristiano no local. Ela relatou que eles chegaram a trocar alguns beijos, mas depois se afastou do vice-prefeito para ficar sozinha. As informações são da Polícia Civil de Minas Gerais.
Em depoimento, a mulher também contou que fez uso de álcool e drogas e adormeceu em um sofá. Ela explicou que foi acordada pelo suspeito, que a teria levado para um quarto, sob a alegação de que ela ficaria “mais confortável”.
A mulher disse aos investigadores que se recorda de ter sido deixado no quarto sozinha. Porém, ao acordar no dia seguinte, estava sem a calcinha, enquanto Vilas Boas acariciava suas partes íntimas.
Ela contou que ficou em choque e questionou o que estava acontecendo, e ouviu do vice-prefeito que havia “rolado uma química entre eles” e que ela estaria consentindo o ato sexual.
Ainda em depoimento, ela disse que o suspeito lhe ofereceu água e perguntou se estava tudo bem. Em seguida, ela disse ter saído do local, procurou atendimento hospitalar e depois foi até a delegacia para registrar boletim de ocorrência.
Cristiano Vilas Boas foi localizado pelos investigadores, prestou depoimento e foi liberado porque, segundo a polícia, não havia “elementos que fundamentassem a prisão em flagrante”.
Em nota, a prefeitura de Mariana disse “lamentar o ocorrido” e que “acompanha os fatos noticiados”. Ainda, reiterou que as acusações dizem respeito à vida pessoal de Vilas Boas e devem ser investigadas pela polícia.
A defesa de Cristiano Vilas Boas se manifestou e negou as acusações. A nota, assinada pelo escritório Dolabela Advogados Associados, ressalta que foram ouvidas quatro testemunhas, duas da parte acusadora e duas da parte acusada, e “todos os depoimentos foram uníssonos no sentido de afastar, absolutamente, a ocorrência do abuso”.
VEJA A ÍNTEGRA DA NOTA
“A defesa de Cristiano Vilas Boas, advogado, Vice-Prefeito de Mariana, vem a público para esclarecer que os fatos que vem sendo veiculados pela imprensa envolvendo uma festa de aniversário realizada em Nova Lima neste último final de semana são inverídicos e que a inverossimilhança de tais ilações fora constatada pela Delegada de Polícia Civil responsável pelo procedimento de investigação inicial. Durante o procedimento realizado ontem na sede da Polícia Civil de Nova Lima/MG foram ouvidas quatro testemunhas, sendo que, dessas quatro testemunhas, duas delas foram indicadas pela própria pessoa que o acusou. Todas as testemunhas negaram veementemente a ocorrência daqueles fatos, e todos os depoimentos foram uníssonos no sentido de afastar, absolutamente, a ocorrência do abuso. Após constatar inúmeras contradições e incoerências no depoimento isolado da acusadora, a Delegada de Polícia providenciou pela imediata liberação de Cristiano, tudo a reforçar a absoluta falta de credibilidade da leviana imputação. A defesa de Cristiano, portanto, ressalta a sua inocência, e esclarece que permanecerá a empreender os esforços necessários para contestar ilações irresponsáveis e para esclarecer a verdade dos fatos.”
COMO DENUNCIAR VIOLÊNCIA SEXUAL
Vítimas de violência sexual não precisam registrar boletim de ocorrência para receber atendimento médico e psicológico no sistema público de saúde, mas o exame de corpo de delito só pode ser realizado com o boletim de ocorrência em mãos. O exame pode apontar provas que auxiliem na acusação durante um processo judicial, e podem ser feitos a qualquer tempo depois do crime. Mas por se tratar de provas que podem desaparecer, caso seja feito, recomenda-se que seja o mais próximo possível da data do crime.
Em casos flagrantes de violência sexual, o 190, da Polícia Militar, é o melhor número para ligar e denunciar a agressão. Policiais militares em patrulhamento também podem ser acionados.
O Ligue 180 também recebe denúncias, mas não casos em flagrante, de violência doméstica, além de orientar e encaminhar o melhor serviço de acolhimento na cidade da vítima. O serviço também pode ser acionado pelo WhatsApp (61) 99656-5008.
Legalmente, vítimas de estupro podem buscar qualquer hospital com atendimento de ginecologia e obstetrícia para tomar medicação de prevenção de infecção sexualmente transmissível, ter atendimento psicológico e fazer interrupção da gestação legalmente. Na prática, nem todos os hospitais fazem o atendimento. Para aborto, confira neste site as unidades que realmente auxiliam as vítimas de estupro.
Redação / Folhapress