SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Comarca de Capinzal, no meio-oeste de Santa Catarina, decidiu, nesta quarta-feira (18), enviar para júri popular a mulher acusada de matar o marido e esconder o corpo da vítima em um freezer. O caso ocorreu em novembro de 2022, na cidade de Lacerdópolis.
Claudia Tavares Hoeckler foi denunciada pelos crimes de homicídio duplamente qualificado -pela asfixia e pelo emprego de recurso que impossibilitou a defesa a vítima- ocultação de cadáver e falsidade ideológica. A vítima era o marido da ré, Valdemir Hoeckler, um motorista que tinha 52 anos quando foi morto.
Segundo a denúncia, no dia do crime ela teria dopado o marido, amarrado os pés, as pernas e os braços dele, em seguida o teria asfixiado até a morte.
Em seguida, ela escondeu o corpo de Valdemir no freezer da casa em que os dois viviam juntos. No dia seguinte, Claudia foi até a delegacia da cidade para registrar boletim de ocorrência sobre o suposto desaparecimento da vítima.
Durante dias, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, vizinhos e voluntários empenharam-se nas buscas por Valdemir, sem sucesso. Em paralelo, a Polícia Civil efetuou outras diligências, tomou declarações da mulher e obteve autorização para perícia na residência do casal. Antes da averiguação, a investigada fugiu da cidade. O cadáver da vítima foi encontrado dentro do freezer, na casa da família.
Posteriormente, ela se entregou às autoridades. Em depoimento, confessou ter matado o marido, mas alegou que era ameaçada de morte e vítima de violência doméstica -ela já havia denunciado Valdemir por agressão em 2019 e solicitado medida protetiva contra ele na mesma ocasião. A polícia ainda não especificou o motivo pelo qual a ré matou o marido.
Em novembro de 2022, a Justiça de Santa Catarina mandou prender Claudia. Em agosto de 2023, a mulher teve a prisão preventiva convertida em medidas cautelares. Ela deixou a cadeia, mas deve fazer uso de tornozeleira eletrônica, comparecer à Justiça sempre que solicitada e justificar suas atividades todo os meses ao juízo catarinense.
O advogado de Claudia Tavares Hoeckler, Marco Alencar Júnior, afirmou que vai recorrer da decisão. “Há fortes elementos de prova de que a causa da morte não foi a asfixia e que a vítima tinha motivos para esperar uma agressão, já que mantinha um relacionamento com a acusada extremamente violento e psicologicamente doentio”.
Redação / Folhapress