SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O nome Matilda é a primeira coisa que se lê ao entrar no Teatro Claro, na Vila Olímpia. Isso porque, além dos cartazes e anúncios no espaço, o nome que dá título ao musical também é parte do cenário, que usa cada letra do nome da personagem principal como um componente da cena.
A letra A, por exemplo, se transforma no quarto de Matilda, que usa a imaginação para lidar com a família disfuncional e a tirania da diretora de seu colégio. Outros ambientes que surgem em cena são a casa da doce senhorita Honey e a sala de tortura de Agnes Turchnbul, a diretora do colégio. Todos amparados por uma plataforma giratória.
Esse é um dos aspectos que adornam a produção que narra a história da jovem Matilda, uma garota brilhante que é criada por pais que ignoram sua existência. Quando descobre ter poderes mágicos, a jovem é matriculada em uma escola e precisa ajudar seus colegas a se protegerem da tirania da diretora.
Baseado no livro do inglês Roald Dahl, de 1988, “Matilda” ganhou sua primeira adaptação para as telas em 1996 e tornou-se um dos maiores sucessos do que se convencionou a chamar de “Sessão da Tarde”, a faixa vespertina de filmes da Rede Globo.
A obra chegou aos palcos em 2012, no West End, em Londres e no ano seguinte estreou na Broadway, nos Estados Unidos, onde angariou 12 indicações ao prêmio Tony. Em 2022, a Netflix adaptou o musical para as telas.
Em cartaz desde o dia 18, “Matilda” tem no elenco quatro atrizes se revezando no papel-título. Luísa Morible, Belle Rodrigues, Mafê Diniz e Maria Volpe dão vida à personagem, enquanto o ator e produtor Cleto Baccic interpreta a vilã Agnes Trunchbull, seguindo a tradição teatral em que apenas homens vivem a personagem, que nas telas coube às atrizes Pam Ferris e Emma Thompson.
Sob a direção de John Stefaniuk, “Matilda” volta a reunir as atrizes Myra Ruiz e Fabi Bang, que criaram rede maciça de fãs em 2012 ao estrelarem a primeira montagem brasileira de “Wicked”. A dupla promoveu a manutenção dessa base de admiradores 10 anos depois, quando retornaram aos papéis das bruxas Elphaba e Glinda, respectivamente, na remontagem da obra.
Em “Matilda”, Bang, acostumada a papéis cômicos, dá vida à sonhadora senhorita Honey, responsável por acolher e apoiar a pequena prodígio, enquanto Ruiz mergulha na comicidade e maldade da Sra. Wormwood, mãe displicente que não dá a atenção necessária para a filha.
A presença da dupla no elenco visa repetir o desejo dos fãs de revê-las em cena, daí a busca por repetir o êxito de “Wicked” com um programa de pontos que dá brindes aos fãs que assistirem a obra mais de uma vez.
Quem ver a obra três vezes ganha um pôster com a arte oficial, enquanto quem assistir de 22 a 24 vezes pode tirar uma foto com atores caracterizados como personagens. Aquele que atingir a marca de 30 sessões, ganha um patinete personalizado. Os ingressos custam de R$ 39,60 (meia) a R$ 400.
Além das quatro atrizes que dão vida à Matilda, outros 24 atores e cantores mirins se revezam entre oito personagens, com direito a uma troca de gênero. O rebelde Eric, vivido por Rodrigo Thomaz e Nico Takaki, em algumas apresentações se torna Erica e é interpretada por Laura Pinheiro. A produção permanece em cartaz até o dia 23 de dezembro, de quarta-feira a domingo, com sessões duplas aos sábados e aos domingos.
MATILDA – O MUSICAL
Quando 18/10 a 23/12 (qua. a dom. às 20h e às 15h)
Onde Teatro Claro – r. Olimpíadas, 360, Vila Olímpia
Preço R$ 39,60 a R$ 400
Elenco Fabi Bang, Myra Ruiz, Fabrizio Gorziza, Mafê Diniz, Cleto Baccic, entre outros
Direção John Stefaniuk
Acessibilidade Arquitetônica Há acesso e circulação sem barreiras físicas, sanitário adequado e local reservado para cadeirantes com acompanhante
BRUNO CAVALCANTI / Folhapress