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Musk vai, mas pode voltar, diz Trump em entrevista de despedida do bilionário

WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O presidente Donald Trump afirmou nesta sexta-feira (30) que o bilionário Elon Musk “não está realmente deixando o governo”, indicando que ele voltará a atuar na sua gestão. A declaração foi dada em entrevista de Trump ao lado de Musk no último ato do empresário -pelo menos por ora- como funcionário especial do governo.

“Musk não está indo embora do governo. Ele vai voltar, eu tenho um pressentimento. O Doge [sigla para Departamento de Eficiência Governamental] é o bebê dele”, disse o presidente.

Mesmo Musk deixando o cargo de funcionário especial da gestão Trump, onde liderou, ainda que não oficialmente, o departamento criado sob medida para si, ele ainda deve manter influência na administração federal. A Casa Branca já anunciou, por exemplo, que membros da equipe do empresário seguirão com as mesmas funções em diversas agências do governo.

Nesta sexta, o bilionário afirmou que pretende continuar à disposição do presidente americano para o que ele precisar. “Eu espero continuar a dar conselhos sobre o que o presidente quiser. Espero continuar um amigo e um conselheiro. Para o que o presidente quiser que eu faça estou à disposição”, afirmou Musk.

Pela lei, as pessoas que ingressaram como servidores especiais, caso do bilionário e seu time, só podem ocupar a função por 130 dias, prazo que chega ao fim nesta sexta. Mas nada impediria que o presidente renovasse a incumbência, assim como foi feito com outros membros do Doge.

“Esse não é o fim do Doge, é o começo dele. O time do Doge só vai crescer e ficar forte com o tempo”, disse Musk.

Sua saída do governo ocorre após o acúmulo de uma série de polêmicas, que inclui ter se tornado alvo de protestos nos EUA e no mundo. Oficialmente, ele atrela a saída ao fim do período permitido para funcionários especiais, mas a baixa registrada por suas empresas no período pesou para sua partida. O empresário foi cobrado por acionistas a voltar os olhos aos seus negócios.

Musk enfrentou protestos e viu seus carros da Tesla serem destruídos e queimados pelo mundo. Desde dezembro, as ações da empresa perderam cerca de 25% do valor na bolsa americana, segundo a agência de notícias Reuters.

O bilionário se aproximou de Trump durante a campanha presidencial. Além de ter sido o principal cabo eleitoral, foi um dos maiores doadores do republicano. Como coroação, ingressou como uma espécie de conselheiro do presidente para evitar acusações formais de conflitos de interesses. Musk acumulou nos últimos dez anos mais de US$ 15 bilhões em contratos com o governo americano, o que o impediria de ocupar um cargo formalmente, a não ser que ele decidisse abrir mão das empresas.

Sob a justificativa de cortar gastos da máquina pública, encampou a demissão de centenas de milhares de funcionários públicos. Teve acesso sem precedentes a informações sensíveis do Executivo e, por isso, foi contestado na Justiça diversas vezes.

“Muitas vezes ninguém sabe por que o dinheiro está sendo gasto. É verdadeiramente absurdo”, disse o empresário nesta sexta, defendendo suas metas de enxugamento da máquina pública, embora os resultados concretos tenham ficado bem aquém do prometido.

Musk também voltou a criticar juízes que têm barrado ações de Trump, classificando as decisões dos magistrados, de inconstitucionais. Em outras ocasiões, o bilionário chegou a defender o impeachment de juízes que bloqueassem medidas do presidente.

Trump não poupou elogios e agradecimentos pela atuação do empresário. “Ele não recebe o reconhecimento que merece pelo que fez. E é uma grande pessoa”, disse o presidente. O bilionário também se autoelogiou e disse que fez uma “mudança colossal” nos negócios de Washington e uma “instalação de gênios” na administração pública.

O tom elogioso contrasta com a rara divergência pública da antevéspera, quando Musk criticou um plano fiscal que o presidente defende. Em entrevista à CBS, o empresário disse estar decepcionado com o projeto. Se aprovado na Câmara, ele prevê cortes de impostos e aumentos de gastos em áreas consideradas sensíveis ao republicano, incluindo a da imigração. Segundo Musk, o texto aumenta o déficit orçamentário e prejudica o trabalho que o Doge vem fazendo.

Nas redes sociais, no entanto, Musk acusou a “mídia tradicional” de criar polêmicas e negou divergências com Trump. “A mídia tradicional está tentando enquadrar a saída de Elon do Doge como resultado de um desentendimento com Trump. […] Eles são retardados ou acham que você é”, diz uma das mensagens que ele compartilhou em seu perfil.

Em um momento de descontração no Salão Oval, Musk foi questionado sobre um hematoma no seu olho e respondeu dizendo que levou um soco do filho de cinco anos. “Eu estava brincando com o X e disse a ele: ‘vai, me dá um soco na cara’. E ele deu”, contou. Este filho do bilionário é o mesmo que, em outra ocasião no Salão Oval, mandou Trump se calar e disse que ele não era o presidente e precisaria ir embora.

JULIA CHAIB / Folhapress

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