Não há indício de homofobia, diz delegada sobre jovem morto após marcar encontro em SP

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A delegada Ivalda Aleixo, responsável pelo DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) de São Paulo, diz não haver indício de motivação homofóbica no assassinato de Leonardo Rodrigues Nunes, 24, encontrado baleado na última quarta-feira (12).

“Não há indício de crimes de homofobia”, afirmou à reportagem a diretora da delegacia responsável pelas investigações.

A Polícia Civil investiga a morte do jovem. O crime ocorreu na rua na Vila Natália, região do Sacomã, zona sul de São Paulo.

Segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), agentes foram acionados por volta das 23h30 para atender uma tentativa de roubo. Ao chegarem ao endereço, foram avisados que dois homens em uma moto abordaram a vítima, que teria reagido e sido baleada. Os suspeitos fugiram.

Leonardo foi socorrido por uma equipe do Corpo de Bombeiros e levado até o Hospital Ipiranga.

Ele havia marcado um encontro por meio de um aplicativo de encontros para homens gays, o Hornet. Por precaução, havia compartilhado a localização com um amigo e também havia avisado um possível horário para retorno.

Amiga de Nunes, a diretora de arte Evelyn Miranda, 23, contou que o jovem saiu de casa, no Cambuci, no centro, por volta das 23h da quarta. Leonardo chegou a brincar que, se não retornasse até as 2h, deveriam acionar a polícia.

Com o sumiço do jovem, os amigos passaram a buscar o perfil do homem que havia marcado o encontro com a vítima e perceberam o sumiço da conta. Depois, eles rastrearem o celular do amigo e localizaram o aparelho na região da favela de Heliópolis, na zona sul.

Por isso, o grupo passou a procurar por Leonardo em hospitais naquela região e encontraram seu corpo no Hospital Ipiranga, a 2 km da comunidade.

“Tá doendo demais. Hoje não recebi mensagem dele de bom dia. Tá difícil, a ficha não caiu. Por que meu filho, meu Deus? Por quê?”, disse Adriana Rodrigues, mãe de Leonardo, no sábado (15).

Ela diz que suspeita que o homicídio foi motivado por homofobia e cobra agilidade nas investigações. “Essa luta, pela comunidade LGBT, agora é minha. Vou fazer de tudo por Justiça”, afirma Adriana.

BRUNO LUCCA / Folhapress

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