SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As negociações dos títulos do Tesouro Direto foram interrompidas algumas vezes nesta segunda-feira (16), segundo relatos de gestores à Folha. As suspensões temporárias ocorreram por causa da alta volatilidade, dias após o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central aumentar a taxa básica Selic em 1 ponto percentual, para 12,25%.
Depois do choque de juros feito pelo BC, economistas consultados pelo BC na pesquisa Focus desta semana elevaram a previsão a taxa Selic de 13,50% para 14% no próximo ano, e de 11% para 11,25% em 2026.
No site do Tesouro Direto, o título indexado ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) com vencimento em 2029 estava sendo negociado com taxa de 7,71% nesta noite. O título pré-fixado para 2027 estava com taxa de 15,39%.
Consultada, a Secretaria do Tesouro Nacional confirmou as suspensões nas negociações ao longo do dia, justificando que isso acontece quando há variações significativas nos preços e nas taxas dos títulos negociados no mercado.
Após serem paralisadas, as negociações então voltam com preços e taxas de referência atualizados. O objetivo, segundo a secretaria, é impedir que os investidores tomem as dívidas do governo com preços e taxas que não reflitam corretamente as condições do mercado secundário de títulos públicos.
“As suspensões cumprem com o seu objetivo principal, que é o de proteger o investidor, ao evitar que ele compre por um preço mais alto, ou venda por um preço mais baixo, do que aquele considerado justo”, disse o Tesouro em nota.
Quando isso acontece, os investidores podem agendar seus investimentos e resgates na plataforma do Tesouro Direto e eles são liquidados com os preços e taxas disponibilizados na reabertura do mercado.
Apenas os títulos do Tesouro Selic permaneceram disponíveis para as operações ao longo de todo o dia por sofrerem pouca volatilidade.
STÉFANIE RIGAMONTI / Folhapress