SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, disse que não há possibilidade de resgatar os reféns ainda mantidos em Gaza pelo Hamas, reportaram veículos de imprensa israelenses como a emissora Canal 12 e o portal Ynet nesta terça-feira (15).
A declaração se dá em meio a rumores de que o Exército de Israel planeja inundar o sistema de túneis do Hamas. A estratégia implicaria arriscar a vida daqueles que seguem sob poder dos terroristas, uma vez que é nesses mesmos túneis que a maioria deles estaria presa.
A fala de Netanyahu ocorreu em uma reunião de familiares de pessoas sequestradas com o gabinete de guerra. De acordo com relatos, a ocasião foi marcada por tensões, com alguns dos presentes gritando “vergonha” para os integrantes do governo e outros saindo do evento antes de seu término.
Alguns dos participantes contaram como tem sido a convivência com reféns soltos. Shir Siegel, cuja mãe foi libertada como parte de um acordo costurado por Israel e o Hamas na semana passada, afirmou que os cativos não recebem comida e água e são mantidos algemados. “Neste momento há um holocausto a três horas de carro daqui”, disse ela segundo o Canal 12. O grupo terrorista nega ter submetido os sequestrados a maus-tratos.
A mãe de Siegel foi uma dos cerca de 80 mulheres e menores de 19 anos soltos pelo Hamas na semana passada em decorrência de um acordo de cessar-fogo com o governo de Tel Aviv para cada um deles, três mulheres e menores de 19 anos palestinos detidos em prisões israelenses eram devolvidos à Cisjordânia.
Outros 24 reféns estrangeiros, tailandeses em sua maioria, também foram libertados no período devido a negociações paralelas.
O Exército israelense afirmou nesta terça (5) que 138 pessoas sequestradas no 7 de Outubro continuam nas mãos do grupo terrorista.
Um porta-voz do Hamas, Osama Hamdan, afirmou na mesma data que não haverá qualquer negociação para a soltura delas até que a incursão a Gaza que na terça chegou à Khan Yunis, cidade no sul para onde grande da população da faixa havia fugido seja interrompida. “Responsabilizamos totalmente Netanyahu pelas vidas dos reféns israelenses e por interromper o diálogo capaz de libertá-los”, declarou Hamdan.
Dias antes, no entanto, a facção havia dito que as únicas condições que faria com que libertasse mais reféns seria o fim da guerra ou, alternativamente, um novo cessar-fogo que acompanhado da soltura de todos os palestinos hoje detidos em prisões de Israel.
A manutenção dos reféns sob o Hamas têm sido foco de tensão para o governo em meio à invasão da Faixa de Gaza. Mesmo depois do acordo que permitiu a soltura de quase cem pessoas, tanto parentes dos reféns soltos quando daqueles ainda detidos seguem realizando atos exigindo que as autoridades se empenhem em libertar mais cativos.
Redação / Folhapress