Netanyahu passará dias no hospital após cirurgia; Justiça suspende audiência

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, deve passar por uma cirurgia neste domingo (29) que requer dias de recuperação no hospital, informou seu advogado de defesa ao pedir o adiamento de audiências na Justiça relacionadas às acusações de corrupção enfrentadas pelo premiê.

Como anunciado no sábado (28), Netanyahu, 75, passará por uma cirurgia para remover a próstata depois que sua equipe médica detectou um aumento benigno do órgão, causando uma infecção urinária. O procedimento é simples, mas requer anestesia total.

A cirurgia será realizada em uma área subterrânea do Centro Médico Hadassah Ein Kerem, em Jerusalém, de acordo com a emissora israelense Channel 12. Isso porque há o temor de ataques de foguete contra a cidade nas próximas horas, segundo a imprensa local. A região tem sido alvo de disparos vindos de Gaza e do Iêmen nos últimos dias.

Enquanto Netanyahu estiver anestesiado, o ministro da Justiça, Yariv Levin, atuará como primeiro-ministro interino, enquanto o ministro da Defesa, Israel Katz, terá poder de convocar o gabinete de segurança se houver necessidade, segundo o jornal Times of Israel.

A corte distrital de Jerusalém acatou o pedido da defesa de Netanyahu e adiou os procedimentos na Justiça até o dia 6 de janeiro. Ele deveria prestar novo depoimento no seu processo de corrupção nos próximos dias -o premiê é acusado de suborno, fraude e quebra de confiança.

Netanyahu deu seu primeiro depoimento no último dia 10, quando disse que esperou oito anos para “dizer a verdade”. “Mas também sou primeiro-ministro”, afirmou. “Estou liderando o país em uma guerra de sete frentes. E acredito que as duas coisas possam ser feitas em paralelo.”

O premiê é acusado de conduzir negociações fraudulentas com empresas de mídia e de subornar Shaul Elovitch, dono de uma das maiores empresas de telecomunicações do país. Netanyahu teria conseguido aprovações regulatórias favoráveis a Elovitch em troca de uma cobertura mais favorável a seu governo.

Além disso, Netanyahu e sua esposa, Sara, teriam aceitado mais de US$ 260 mil (R$ 1,5 milhão) em artigos de luxo, como cigarros, joias e champanhe, em troca de favores políticos.

O primeiro-ministro nega as acusações e diz ser alvo de perseguição política. “A verdadeira ameaça à democracia em Israel não é representada por aqueles que foram eleitos pelo público, mas por alguns entre as autoridades que se recusam a aceitar a escolha dos eleitores e estão tentando realizar um golpe com investigações políticas inaceitáveis em qualquer democracia”, disse em comunicado.

O julgamento começou em maio de 2020, mas foi interrompido pelo conflito em Gaza, que começou após os ataques terroristas do Hamas em 7 de outubro de 2023.

Essa será a segunda vez no ano que Netanyahu é submetido a um procedimento que exige anestesia completa. Em março, ele fez uma cirurgia na coluna. Já em 2023, o premiê passou por um procedimento para colocar um marcapasso.

Em janeiro, um relatório médico afirmava que o primeiro-ministro estava perfeitamente saudável, com o marcapasso funcionando sem problemas.

Redação / Folhapress

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