SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A cidade do Rio Grande (RS) corre grande risco de sofrer enchentes avassaladoras. Na terça (7), o prefeito Fábio Branco (MDB) disse que fez a solicitação para os governos do estado e federal para que o município seja incluído do estado de calamidade.
A lagoa dos Patos tem apenas um ponto de vazão, uma pequena boca de para o oceano Atlântico no delta localizado justamente na região de Rio Grande. “Quando a maré descer, é esperado que a água passe com velocidade por lá, o que pode provocar erosão e mais destruição”, diz o professor Rualdo Menegat, do Instituto de Geociências da UFRGS.
O governo federal autorizou o repasse de R$ 680 mil ao município, mas ainda não o colocou na lista de calamidade pública.
A lagoa dos Patos é onde desemboca o lago Guaíba, que banha Porto Alegre, tomada pelas enchentes nos últimos dias.
Segundo a previsão do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), o escoamento da água da região metropolitana de Porto Alegre, que deve continuar na faixa dos cinco metros acima do normal nas próximas semanas, depende também da baixa da maré.
Isso deve causar problemas em Rio Grande, onde fica o delta que dá vazão à lagoa dos Patos, à qual o Guaíba é interligado. Toda a água acumulada na lagoa precisa passar por lá para alcançar o oceano. Com novas chuvas e a maré em alta, a solução pode demorar.
O nível da lagoa dos Patos na região da cidade do Rio Grande estava 70 cm acima do nível normal na região na manhã desta quarta-feira (8). Na manhã do dia anterior, o valor era de 54 cm acima do nível normal. Até o momento, 21 vias estão bloqueadas na cidade.
O prefeito Branco alertou nas redes oficiais da prefeitura a previsão de chuvas intensas na manhã de quarta.
A gestão municipal chegou a postar na segunda (6), em suas redes oficiais, um comunicado dizendo que não havia nenhuma orientação da Defesa Civil do município para evacuar a cidade. “O alerta de maior risco segue para as zonas ribeirinhas e ilhas”, segue o comunicado.
A prefeitura suspendeu as aulas em todas as escolas da rede municipal nesta quarta. Ao todo, são 17 escolas municipais de ensino infantil, 59 de ensino fundamental, além de cinco escolas conveniadas ao município. Na terça (7), somente oito escolas haviam suspendido as aulas.
A formação de uma frente fria entre o sul do Brasil, Uruguai e Argentina, associada a um ciclone extratropical que se organiza no mar entre a costa uruguaia e a província argentina de Buenos Aires, deverá ajudar levar mais chuva ao Rio Grande do Sul. O alerta foi feito pela Climatempo.
Mesmo não passando pelo estado, diz a agência, esse ciclone extratropical poderá provocar rajadas de vento de até 100 km/h em várias regiões do território gaúcho.
EDUARDO MOURA / Folhapress