PARIS, FRANÇA (FOLHAPRESS) – Pertinho da Torre Eiffel, a Arena Campo de Marte teve mais uma conquista para o judô brasileiro nos Jogos Paralímpicos de Paris.
Arthur Silva, 32, venceu o britânico Daniel Powell no peso até 90 kg, categoria J1.
Essa foi a 20ª medalha de ouro do Brasil, se aproximando do recorde de 22, conquistado em Tóquio.
Em uma luta travada, o brasileiro esteve perto de conseguir uma imobilização quando faltavam 2min12s. Os combates têm quatro minutos de duração.
O potiguar se torna apenas o segundo judoca no masculino a conquistar o ouro paralímpico, igualando Antonio Tenório –no feminino, Alana Maldonado é a única medalhista de ouro. “Gratidão total a Deus, a minha família, a todos os profissionais e parceiros de treino que estão junto comigo desde 2007”, comentou logo após deixar o tatame, aplaudindo a torcida no ginásio.
Faltando 1min12s, o britânico começou uma entrada, mas levou o contra-ataque do judoca potiguar, que conseguiu um wazari. Na sequência da pontuação, no solo, ele fechou a luta.
“Estava com uma ansiedade indescritível, e muita, muita, muita vontade de vencer”, disse o brasileiro.
Os judocas são separados em duas categorias de deficiência visual: J1 (cegos totais ou com percepção de luz) e J2 (atletas que conseguem definir imagens). Em Paris, essa é a primeira vez que a modalidade tem a divisão na classificação.
Desde 2022, quando a separação começou a valer, Arthur Silva esteve no pódio em todas as competições que disputou.
Quando tinha 2 anos, Arthur começou a perder a visão e foi diagnosticado com retinose pigmentar. Aos 18, já estava cego. Na adolescência, quando não conseguia mais jogar futebol, começou a se dedicar ao judô.
Essa foi a quarta medalha do judô brasileiro nas Paralimpíadas de Paris.
Antes, ganhou ouro com Alana Maldonado (até 70 kg, J2), prata com Brenda Freitas (até 70 kg, J1) e bronze com Rosicleide Andrade (até 48 kg, J1).
SANDRO MACEDO / Folhapress