Escritor norueguês Jon Fosse vence Prêmio Nobel de Literatura 2023

Ganhador do Nobel de Literatura |Foto: Reprodução/Twitter

O norueguês Jon Fosse venceu o prêmio Nobel de Literatura de 2023, segundo anunciou a Academia Sueca na manhã desta quinta-feira (5).

Desde 1901, a centenária Academia escandinava distribui aquela que é considerada a maior distinção literária do mundo, já tendo laureado 119 pessoas, entre interrupções por guerras ou escândalos sexuais. A pessoa escolhida leva 10 milhões de coroas suecas, o que hoje equivale a cerca de R$ 4,7 milhões.

Dentre todos esses vencedores, o Nobel já destacou 17 mulheres, a mais recente sendo a francesa Annie Ernaux, no ano passado. Foi o raro caso de uma escritora que já vinha angariando bom leitorado no país antes do prêmio com obras como “O Lugar” e “O Acontecimento” –e ainda mais depois do troféu e da vinda da escritora à Flip, logo depois, numa feliz coincidência para a festa literária paratiense.

A popularidade não era o caso dos autores que foram premiados logo antes, a poeta americana Louise Glück, que só veio ter sua obra bem editada no Brasil depois do Nobel, e o romancista tanzaniano Abdulrazak Gurnah, nunca publicado no país antes do troféu.

Gurnah, aliás, foi apenas a quarta pessoa negra a ganhar o prêmio, depois de Derek Walcott, Wole Soyinka e Toni Morrison –a americana que escreveu “Amada” continua, até hoje, como a única mulher negra premiada.

Se o Nobel é capaz de catapultar a leitura de diversos escritores no Brasil, como foi o caso de Svetlana Aleksiévitch e Olga Tokarczuk, às vezes ele calha de premiar autores já bem conhecidos como Kazuo Ishiguro, vencedor de 2016, e –ainda mais– o compositor Bob Dylan, que ganhou um ano antes dele.

VEJA TODOS OS VENCEDORES DO NOBEL DE LITERATURA ATÉ HOJE

2022: Annie Ernaux (França)

2021: Abdulrazak Gurnah (Tanzânia)

2020: Louise Glück (EUA)

2019: Peter Handke (Áustria)

2018: Olga Tokarczuk (Polônia)

2017: Kazuo Ishiguro (Reino Unido)

2016: Bob Dylan (EUA)

2015: Svetlana Aleksiévitch (Bielorrússia)

2014: Patrick Modiano (França)

2013: Alice Munro (Canadá)

2012: Mo Yan (China)

2011: Tomas Tranströmer (Suécia)

2010: Mario Vargas Llosa (Peru)

2009: Herta Müller (Romênia-Alemanha)

2008: J.M.G. Le Clézio (França)

2007: Doris Lessing (Reino Unido, mas nasceu no Irã e cresceu no Zimbábue)

2006: Orhan Pamuk (Turquia)

2005: Harold Pinter (Reino Unido)

2004: Elfriede Jelinek (Áustria)

2003: J.M. Coetzee (África do Sul)

2002: Imre Kertész (Hungria)

2001: V.S. Naipaul (nasceu em Trinidad e Tobago, mas vive no Reino Unido)

2000: Gao Xingjian (China)

1999: Günter Grass (Alemanha)

1998: José Saramago (Portugal)

1997: Dario Fo (Itália)

1996: Wislawa Szymborska (Polônia)

1995: Seamus Heaney (Irlanda)

1994: Kenzaburo Oe (Japão)

1993: Toni Morrison (Estados Unidos)

1992: Derek Walcott (Santa Lúcia, ilha do Caribe)

1991: Nadine Gordimer (África do Sul)

1990: Octavio Paz (México)

1989: Camilo Jose Cela (Espanha)

1988: Naguib Mahfouz (Egito)

1987: Joseph Brodsky (EUA, de origem russa)

1986: Wole Soyinka (Nigéria)

1985: Claude Simon (França)

1984: Jaroslav Seifert (Tchecoslováquia)

1983: William Golding (Reino Unido)

1982: Gabriel García Márquez (Colômbia)

1981: Elias Canetti (Reino Unido, de origem búlgara)

1980: Czeslaw Milosz (Polônia)

1979: Odysseus Elytis (Grécia)

1978: Isaac Bashevis Singer (EUA, de origem polonesa)

1977: Vicente Aleixandre (Espanha)

1976: Saul Bellow (EUA)

1975: Eugenio Montale (Itália)

1974: Eyvind Johnson (Suécia) e Harry Martinson (Suécia)

1973: Patrick White (Austrália)

1972: Heinrich Böll (Alemanha)

1971: Pablo Neruda (Chile)

1970: Alexander Soljenítsin (URSS)

1969: Samuel Beckett (Irlanda)

1968: Yasunari Kawabata (Japão)

1967: Miguel Ángel Asturias (Guatemala)

1966: Samuel José Agnon (Israel) e Nelly Sachs (Alemanha)

1965: Mikhail Sholokhov (URSS)

1964: Jean-Paul Sartre (França; recusou o prêmio)

1963: Giórgos Seféris (Grécia)

1962: John Steinbeck (EUA)

1961: Ivo Andric (Iugoslávia)

1960: Saint-John Perse (França)

1959: Salvatore Quasimodo (Itália)

1958: Boris Pasternak (União Soviética; renunciou ao prêmio)

1957: Albert Camus (França)

1956: Juan Ramón Jiménez (Espanha)

1955: Halldór Kiljan Laxness (Islândia)

1954: Ernest Hemingway (Estados Unidos)

1953: Winston Churchill (Reino Unido)

1952: François Mauriac (França)

1951: Par Lagerkvist (Suécia)

1950: Bertrand Russell (Reino Unido)

1949: William Faulkner (EUA)

1948: T.S. Eliot (Reino Unido, nascido nos EUA)

1947: André Gide (França)

1946: Hermann Hesse (Alemanha)

1945: Gabriela Mistral (Chile)

1944: Johannes V. Jensen (Dinamarca)

1940-1943: não foi concedido

1939: Frans Eemil Sillanpää (Finlândia)

1938: Pearl S. Buck (EUA)

1937: Roger Martin du Gard (França)

1936: Eugene O’Neill (EUA)

1935: não foi concedido

1934: Luigi Pirandello (Itália)

1933: Ivan Bunin (URSS)

1932: John Galsworthy (Reino Unido)

1931: Erik Axel Karlfeldt (Suécia)

1930: Sinclair Lewis (EUA)

1929: Thomas Mann (Alemanha)

1928: Sigrid Undset (Noruega)

1927: Henri Bergson (França)

1926: Grazia Deledda (Itália)

1925: George Bernard Shaw (Irlanda)

1924: Wladyslaw Reymont (Polônia)

1923: W.B. Yeats (Irlanda)

1922: Jacinto Benavente (Espanha)

1921: Anatole France (França)

1920: Knut Hamsun (Noruega)

1919: Carl Spitteler (Suíça)

1918: Não foi concedido

1917: Karl Gjellerup e Henrik Pontoppidan (ambos da Dinamarca)

1916: Verner von Heidenstam (Suécia)

1915: Romain Rolland (França)

1914: não foi concedido

1913: R. Tagore (Índia)

1912: Gerhart Hauptmann (Alemanha)

1911: M. Maeterlinck (Bélgica)

1910: Paul Heyse (Alemanha)

1909: Selma Lagerlöf (Suécia)

1908: Rudolf Eucken (Alemanha)

1907: Rudyard Kipling (Reino Unido, mas nasceu na Índia)

1906: Giosuè Carducci (Itália)

1905: Henryk Sienkiewicz (Polônia)

1904: Frédéric Mistral (França) e José Echegaray (Espanha)

1903: Bjornstjerne Bjornson (Noruega)

1902: Theodor Mommsen (Alemanha)

1901: Sully Prudhomme (França)

WALTER PORTO / Folhapress

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