RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – As novas regras para a prática de stand up paddle nas praias do Rio de Janeiro determinam que instrutores tenham alvará expedido pela prefeitura, grupos com no máximo 25 participantes e uso obrigatório de colete salva-vidas.
A regulamentação para a prática coletiva do esporte foi publicada no Diário Oficial do município nesta terça (24), três dias após 73 praticantes terem de ser resgatados depois de uma ventania afastá-los da orla da praia.
Entre as exigências, está a obrigatoriedade de que as aulas coletivas sejam conduzidas por instrutores com alvará válido expedido pela prefeitura. Cada grupo poderá ter, no máximo, 25 praticantes, excluindo-se as pranchas de apoio, com a proporção mínima de um instrutor para cada cinco alunos.
No stand up paddle, o praticante fica em pé sobre uma grande prancha e se movimenta com o auxílio de um remo.
As novas normas também determinam que os instrutores estejam devidamente uniformizados, facilitando a identificação por parte dos alunos e da fiscalização. Além disso, os equipamentos de segurança se tornam obrigatórios: coletes salva-vidas homologados pela Marinha para todos os praticantes, kit de primeiros socorros, binóculo ou monóculo para observação em terra e, no mínimo, um par de rádios comunicadores à prova dágua para comunicação entre o instrutor no mar e o ponto de apoio na areia.
Também passa a ser obrigatório o uso do strap (pequena corda) que prende o praticante à prancha. Instrutores deverão acompanhar os alertas de condições climáticas emitidos pela Marinha e demais órgãos oficiais.
As regras começam a valer a partir desta terça.
O conjunto de normas surge após mais de 100 praticantes serem surpreendidos por uma rajada de vento que os afastou da costa. Segundo o Corpo de Bombeiros, 73 pessoas precisaram ser resgatadas com o uso de embarcações e helicópteros, e pelo menos oito receberam atendimento médico no local.
A empresa envolvida no incidente, a Sup Copa, tem mais de 100 mil seguidores nas redes sociais, afirma que os principais institutos meteorológicos não previam ventos fortes naquele horário. “Foi uma rajada de vento inesperada que arrastou muitos praticantes”, afirmou a empresa.
Ainda de acordo com a Sup Copa, todos os participantes usavam coletes homologados e havia um bote de apoio com salva-vidas. “Mesmo com estrutura e planejamento, não foi possível alcançar todas as pessoas a tempo. Acidentes fazem parte de qualquer esporte”, disse a nota.
Na segunda-feira (23), a secretaria municipal de esportes anunciou a cassação do alvará da empresa. E a subprefeitura da zona sul chegou a suspender temporariamente as atividades de outras escolas de stand up paddle por sete dias, mas a medida foi revogada. A prefeitura, no entanto, reforçou que todas as empresas e profissionais da área deverão seguir rigorosamente as novas diretrizes estabelecidas.
BRUNA FANTTI / Folhapress
