SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O próximo primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, afirmou nesta segunda-feira (30) que vai convocar eleições gerais antecipadas para o dia 27 de outubro, após ter sido eleito líder do Partido Liberal Democrático (PLD) na semana passada.
A votação -que ocorrerá um ano antes do previsto e antecede a eleição presidencial dos Estados Unidos em novembro- decidirá qual partido controla a Câmara Baixa do parlamento.
“É importante para o novo governo ser julgado pelo povo o mais rápido possível e, se as condições permitirem, espero convocar eleições antecipadas para 27 de outubro”, disse Ishiba à imprensa.
Aos 67 anos, Ishiba foi eleito na sexta-feira (27) como líder do PLD, o partido que governa o país de maneira quase ininterrupta há décadas.
O ex-ministro da Defesa, que tomará posse nesta terça-feira (1º) como primeiro-ministro, sucederá o atual chefe de governo, o impopular Fumio Kishida, que não disputou um novo mandato como líder do PLD.
Ishiba pretende dissolver o Parlamento em 9 de outubro, informaram o canal de televisão NHK e vários jornais.
Na sexta, ele revelou que pretendia convocar eleições antecipadas para consolidar seu mandato “o mais rápido possível”, sem revelar detalhes.
O próximo premiê japonês já começou a escolher sua equipe antes de disputar o pleito. Katsunobu Kato e Yoshimasa Hayashi foram anunciados para as Finanças e para a secretaria-geral do gabinete, respectivamente. Takeshi Iwaya será ministro das Relações Exteriores, e Gen Nakatani retornará ao ministério da Defesa. Yoji Muto assumirá o Ministério da Economia, Comércio e Indústria.
Sanae Takaichi, derrotada por Ishiba na eleição interna do PLD, não foi incluída em suas escolhas, o que pode dificultar a gestão do grupo governante. Relatos indicam que Takaichi recusou um cargo, sugerindo fraqueza na base de apoio do futuro premiê.
Ishiba escolheu Shinjiro Koizumi como chefe de campanha eleitoral e Yoshihide Suga como vice-presidente do partido.
A Bolsa de Tóquio encerrou a sessão desta segunda-feira em forte queda (-4,8%), como reação principalmente à escolha do novo primeiro-ministro.
Durante a campanha para liderar o PLD, Ishiba se comprometeu a estimular a economia com incentivos aos setores de chips e inteligência artificial.
A popularidade de seu antecessor, Fumio Kishida, 67, que está no cargo desde outubro de 2021, sofreu uma queda expressiva devido à inflação e aos escândalos político-financeiros que abalaram o PLD nos últimos meses.
Ishiba venceu a corrida pela liderança da sigla em sua quinta tentativa. Ele é visto por muitos de seus colegas parlamentares como um político de trato difícil, por frequentemente desafiar a política do partido. Na sexta-feira, desculpou-se com os legisladores do PLD pelo que chamou de “suas deficiências”.
Redação / Folhapress