Novo vídeo mostra idoso na entrada de agência no Rio apático e com cabeça tombada

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Imagens de câmeras de rua de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro, e do banco Itaú mostram o idoso Paulo Roberto Braga, 68, chegando à agência levado em uma cadeira de rodas na última terça-feira (16), com a cabeça tombada e aparência apática.

Erika Nunes, 43, sua parente, chega a amparar o pescoço do homem ao passar pela segurança. Depois, larga a cabeça, que volta a tombar para o lado.

Foi nessa agência que Erika foi flagrada tentando fazer o homem assinar o documento para sacar um empréstimo de R$ 17 mil. Funcionários do banco desconfiaram da situação e chamaram o Samu, que confirmou que Paulo estava morto. O laudo do IML (Instituto Médico Legal), contudo, diz que não é possível determinar se o idoso morreu antes ou depois de entrar na agência.

Erika está presa preventivamente por suspeita dos crimes de vilipêndio (tratamento desrespeitoso) a cadáver e furto qualificado mediante fraude. Após ter a prisão flagrante convertida em preventiva (sem prazo), sua defesa tenta uma prisão domiciliar.

Nesta sexta (19), a defesa entrou com um pedido de liberdade. “No caso concreto, não há nos autos nenhum indício de que a requerente integra alguma organização ou grupo criminoso, coagiu testemunha, destruiu provas ou oferece risco às investigações, ao contrário disso é que colaborou para o deslinde da questão”, diz o documento assinado pelos advogados Ana Carla de Souza Correa e Matheus da Silva Lima.

Nas novas imagens divulgadas pela polícia, Erika é vista passando com o idoso por uma rua que liga o shopping, onde ela pegou a cadeira de rodas, e a agência bancária, localizada em um calçadão de Bangu.

O idoso está com a cabeça caída para o lado -mesma posição que já se encontrava no interior do shopping, onde Erika parou em um quiosque.

Depois, as imagens mostram o idoso sendo conduzido na cadeira de rodas por Erika, que entra no banco às 13h40. Logo em seguida, ela se dirige a uma entrada lateral, dentro da agência, por onde um cadeirante poderia passar.

Nesse momento, Erika segura a cabeça de Paulo, deixando-a ereta na frente dos seguranças, que autorizam os dois entrarem na agência com a cadeira. Nos momentos finais das imagens, é possível ver no reflexo do vidro que a cabeça de Paulo volta a ficar tombada.

Segundo a gerente do banco, o atendimento ocorreu por volta das 15h, quando o Samu foi acionado e constatou a morte do idoso.

A juíza Rachel Assad da Cunha afirmou, na decisão que converteu em prisão preventiva a prisão em flagrante de Erika, que “em momento algum a custodiada se preocupa com o estado de saúde de quem afirmava ser cuidadora”.

De acordo com a juíza, a centralidade da discussão não está em buscar o momento da morte.

“A questão é definir se o idoso, naquelas condições, mesmo que vivo estivesse, poderia expressar a sua vontade. Se já estava morto, por óbvio, não seria possível. Mas ainda que vivo estivesse, era notório que não tinha condições de expressar vontade alguma, estando em total estado de incapacidade”, acrescentou a magistrada.

A polícia continua investigando o caso. Até o momento, além das câmeras foram ouvidos testemunhas e familiares.

BRUNA FANTTI / Folhapress

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