SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Guarda Costeira recuperou novos destroços do submersível Titan, que implodiu nas profundezas do Oceano Atlântico em junho, matando cinco pessoas a bordo, com possíveis sinais de restos humanos.
Os destroços foram encontrados no fundo do Oceano Atlântico Norte na semana passada, a 500 metros do local de visitação do Titanic, por engenheiros de segurança marítima do Conselho de Investigação Marinha da Guarda Costeira, informou o órgão em um comunicado na tarde desta terça-feira (10).
As evidências recuperadas incluem várias partes dos destroços do submersível, incluindo a tampa traseira de titânio da embarcação, de 6,7 metros, que foram “transferidas com sucesso para um porto norte-americano, para catalogação e análise”, diz o comunicado. “Supostos restos humanos adicionais foram cuidadosamente recuperados dos destroços de Titã e transportados para análise por profissionais médicos dos EUA”.
A missão de salvamento, conduzida sob um acordo existente com a Supervisão de Salvamento e Mergulho da Marinha dos EUA, foi uma continuação das operações iniciais de recuperação após a implosão do submersível Titan.
Investigadores do NTSB (Conselho Nacional de Segurança nos Transportes) dos EUA e do Conselho de Segurança nos Transportes do Canadá juntaram-se à expedição de resgate como parte de suas respectivas investigações de segurança.
“O MBI está em coordenação com o NTSB e outras agências de investigação internacionais para agendar uma revisão conjunta das evidências dos destroços de Titã recuperados. Esta sessão de revisão ajudará a determinar os próximos passos para os testes forenses necessários. O MBI continuará a análise de evidências e entrevistas com testemunhas antes de uma audiência pública sobre a tragédia”, disse a Guarda Costeira dos EUA, em comunicado.
A tragédia do submersível Titan ocorreu durante uma expedição para observação dos destroços do Titanic no Oceano Atlântico, no dia 18 de junho. A embarcação pertencia à empresa OceanGate e todos os cinco ocupantes morreram após o que provavelmente foi uma “implosão catastrófica” do submersível, a cerca de 3.800 metros de profundidade.
Os destroços encontrados no fundo do oceano levaram as autoridades a afirmar que o submarino Titan implodiu, causando a morte dos cinco passageiros, entre eles o CEO da Ocean Gate, Stockton Rush.
O navio Horizon Arctic, equipado com um robô capaz de navegar em águas profundas, foi enviado ao local da implosão e conseguiu coletar os primeiros destroços, entre eles o cone, uma seção do revestimento externo do Titan, e partes da estrutura de pouso. Possíveis restos humanos também foram encontrados nessa primeira operação.
As partes mais proeminentes dos destroços incluem a tampa frontal de titânio e fibra de carbono do submarino em forma de cilindro, e os flanges de titânio – os anéis de metal colados em cada extremidade do casco cilíndrico de fibra de carbono do Titan.
A interface entre a janela de acrílico e o titânio, as cúpulas hemisféricas ou tampas, e a área onde a fibra de carbono teria sido ligada aos flanges de titânio são as partes principais a serem observadas na investigação.
A implosão ocorreu em razão da pressão externa do mar ter superado a de dentro da embarcação. A pressão exercida em um submersível a 3,8 mil metros de profundidade é equivalente a um elefante apoiado a cada pedaço de 5 x 5 centímetros (25 centímetros quadrados) do casco.
O Titan era feito de fibra de carbono e titânio, dois materiais sobre os quais há pouco estudo sobre como reagem quando sujeitos a várias pressões diferentes. Como é feito de fibra de carbono, a implosão deve ter causado um efeito similar ao de vidro estilhaçado, se partindo em muitos pedaços. Já as partes em titânio provavelmente se comportaram como todo metal, se retorcendo.
Redação / Folhapress