SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O total de mortes confirmadas em decorrência das fortes chuvas no Rio Grande do Sul chegou a 39 nesta quinta-feira (7), segundo a Defesa Civil do estado. Com a morte registrada na segunda (4) em Santa Catarina, subiu para 40 o número de óbitos da tragédia no Sul do país, intensificada pela passagem de um ciclone extratropical sobre o Atlântico.
São 80 municípios gaúchos com registros de destruição que deixaram 2.384 pessoas desabrigadas (dependem de abrigos públicos) e 3.953 desalojadas (podem se acomodar na casa de parentes e amigos).
Oito pessoas foram feridas e nove estão desaparecidas.
Ao todo, o governo gaúcho estima em 62,7 mil o total de afetados pelos temporais em todo o estado.
Muçum, no Vale do Taquari região composta de 40 municípios, foi a cidade mais devastada pela enxurrada. Lá, foram identificados 14 corpos e há ainda nove pessoas desaparecidas. As demais mortes ocorreram em Roca Sales (9), Cruzeiro do Sul (4), Lajeado (3), Estrela (2), Ibiraiaras (2), Passo Fundo (1), Mato Castelhano (1), Encantado (1), Imigrante (1) e Santa Tereza (1).
“Lamentamos cada vida perdida e estamos trabalhando para fazer todos os resgates possíveis nas regiões mais atingidas. Milhares de pessoas já foram salvas por nossas equipes”, escreveu o governador Eduardo Leite (PSDB) em uma rede social. Ele acompanha os resgates na região, protagonizados por nove aeronaves.
Leite sobrevoou nesta quarta-feira (6) as áreas regiões mais afetadas pelas enchentes junto de representantes do governo federal. Ele decolou de Caxias do Sul com o ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Paulo Pimenta, e o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes.
O governo mobilizou um efetivo de 911 servidores estaduais que atuam nas buscas, resgates e identificação das vítimas das cheias nas regiões Norte, Serra e Vale do Taquari.
As fortes chuvas ainda resultaram em 18 bloqueios totais ou parciais de rodovias nesta quinta-feira (7), sendo 16 em estradas estaduais e duas em estradas federais.
Dentre as rodovias federais, há dois pontos de bloqueio na BR-116. Na cidade de São Marcos (168 km de Porto Alegre), a ponte do Rio das Antas foi interditada totalmente por questões de segurança.
Na mesma rodovia, na altura do município de Nova Petrópolis, há um bloqueio parcial. A Polícia Rodoviária Federal adotou um sistema pare e siga com semáforo no local para garantir a trafegabilidade.
Também há bloqueios em retornos da BR-290 na região das Ilhas dos Marinheiros, Flores e Pintada devido a alagamento.
Nas rodovias estaduais, duas pontes foram destruídas pelas chuvas. Uma delas fica na ERS-448, entre Farroupilha e Nova Roma do Sul, e a outra na ERS-431, em Bento Gonçalves. Um bloqueio parcial atinge a RS-434.
As informações são do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem e da Empresa Gaúcha de Rodovias, que afirmaram que pistas ficaram alagadas em todo o estado em função do transbordamento dos rios.
O governo do Rio Grande do Sul informou que “trabalha para desobstruir as rodovias o mais rápido possível para que os artigos de primeira necessidade possam chegar às cidades atingidas pelas chuvas.”
Em boletim divulgado nesta quinta-feira (7), o governo gaúcho manteve o alerta meteorológico para chuva intensa em grande parte do Rio Grande do Sul, além de risco de vento forte e queda de granizo.
As áreas da metade Sul, Noroeste, Norte, Centro e Leste do estado terão volumes de chuva que devem variar entre 50 e 75 milímetros por dia, podendo chegar aos 120 mm/dia no Sul e em parte da Campanha.
Há previsão de tempo instável para sexta-feira (8) ainda por conta do avanço da frente fria. O sábado (9) deve começar com tempo instável, mas gradualmente o sol entre nuvens deve voltar a predominar no Rio Grande do Sul.
Redação / Folhapress