Número de transplantes em SP aumenta 7% em 1 ano e é o maior desde 2018

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – De janeiro a novembro de 2023, a Central de Transplantes da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo registrou mais de 7,2 mil transplantes de órgãos -um aumento de 7% em relação ao mesmo período do ano passado, que totalizou 6,7 mil.

De acordo com a pasta, é o maior número registrado de 2018 para cá, considerando o mesmo intervalo. Em 2021, foram realizados 6,3 mil procedimentos; em 2020, 4,4 mil; no ano de 2019 (janeiro a novembro), o estado contabilizou 7 mil e, em 2018, 6,8 mil.

O maior crescimento foi entre os transplantes hepáticos, que tiveram aumento de 19,9%, seguido pelos cardíacos, que registraram alta de 17,8% em relação ao mesmo período de 2022.

Até novembro de 2023, foram realizados em todo o estado 126 transplantes de coração, 601 de fígado, 1,5 mil somente de rim e 4,8 mil de córnea, além de transplantes de pulmão, de pâncreas e da modalidade na qual rim e pâncreas são implantados no mesmo procedimento cirúrgico.

Nos mesmos 11 meses de 2022, houve 107 transplantes de coração, 501 de fígado, 1,4 mil somente de rim e 4,5 mil de córnea, além de transplantes de pulmão, pâncreas e dos procedimentos conjuntos de rim e pâncreas.

Outro dado que chamou a atenção foi o de recusas familiares à doação de órgãos -reduziu de 40,2% em 2022 para 37,6% neste ano, uma queda de 6,5%.

O número de doadores em 2023 foi o maior dos últimos três anos. De janeiro a novembro deste ano, São Paulo registrou 884 doadores de órgãos. Nos mesmos períodos de 2022 e de 2021 foram 805 e 806, respectivamente

O Governo de São Paulo atribui os dados positivos ao investimento em campanha de conscientização sobre a importância da doação de órgãos.

A campanha #SouDoador, lançada pelo governo de São Paulo em 27 de setembro, já alcançou quase 800 mil pessoas nas redes sociais.

O movimento, que começou durante o Setembro Verde -mês dedicado à conscientização sobre o tema-, tem o objetivo de conscientizar a população sobre a importância de se tornar um doador de órgãos e estimular conversas familiares a respeito do assunto.

“Graças ao consentimento de várias famílias para a doação e ao empenho das equipes envolvidas nos processos de doação e transplantes, o Sistema Estadual de Transplantes de São Paulo no ano de 2023 conseguiu aumentar os números de doadores efetivos e consequentemente aumentou também o número de transplantes realizados no estado. Desta maneira, foi possível salvar muitas vidas e oferecer qualidade de vida a muitos pacientes que saíram da lista de espera,” celebrou o coordenador da Central de Transplantes, Francisco de Assis Monteiro.

Apesar do aumento no número de transplantes neste ano, 21,8 mil pessoas ainda aguardam por um órgão em São Paulo.

Hoje, a maior necessidade é pela doação de rins e córneas. Neste ano, 37,6% das famílias consultadas negaram a doação, o que impede a realização do procedimento já que a doação de órgãos deve ser consentida e autorizada por familiares de até segundo grau de parentesco.

COMO FUNCIONA A DOAÇÃO

A Central de Transplantes segue normas estabelecidas por lei para identificar os possíveis receptores para cada órgão de um doador, ou seja, a tipagem sanguínea, os dados antropométricos entre doador e receptor, a compatibilidade genética, além da priorização para pacientes em estado grave.

Quanto aos pacientes que precisam do procedimento, cabe à equipe de transplante a sua inscrição junto ao Sistema Estadual de Transplantes de São Paulo, que é responsável por realizar a gestão de todo o processo de doação e transplante em conjunto com o Sistema Nacional de Transplantes.

PATRÍCIA PASQUINI / Folhapress

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