SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O prefeito Ricardo Nunes (MDB) afirmou nesta sexta-feira (6), véspera da manifestação bolsonarista marcada para o 7 de Setembro, que o ato é em defesa do Estado democrático de Direito, ignorando que a convocação tem como mote o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).
“A manifestação é em defesa do Estado democrático de Direito. […] Minha vida inteira eu defendi a democracia. Eu vou estar lá dentro desse contexto”, disse na sabatina realizada pela Folha de S.Paulo e pelo UOL.
Questionado sobre defender o impeachment de Moraes, Nunes afirmou que “cabe ao Senado fazer a avaliação de acordo com aquilo que tem de informação ou não”.
O prefeito disse ainda que a revelação da Folha de que Moraes agiu fora do rito para investigar bolsonaristas “é muito preocupante e a mais alta corte vai poder esclarecer”.
Nunes deve comparecer ao ato ao lado de Jair Bolsonaro (PL) e do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que tem sido seu principal cabo eleitoral do emedebista diante do apoio vacilante que o ex-presidente tem demonstrado em relação ao prefeito.
Nesse sentido, Nunes foi questionado sobre o porquê de insistir em ter Bolsonaro presente em sua campanha, dado que o ex-presidente tem resistido a isso e, inclusive, acenou em direção a Pablo Marçal (PRTB), que tem tomado do prefeito o voto dos bolsonaristas.
“Vocês estão mais preocupados com isso do que eu. Quem vai sair no santinho sou eu”, disse Nunes. “É um apoio super importante, é um ex-presidente que deu para São Paulo uma atenção muito especial, que resolveu o problema da dívida”, acrescentou.
Bolsonaro disse nesta quinta-feira (5) que ainda não era o momento de fazer parte da campanha de Nunes. O prefeito minimizou a declaração. “Ele está com a gente, vai ter o momento certo de intensificar. Ele estava em Minas, perguntaram isso pra ele em Minas, está correndo o Brasil todo.”
Nunes encerrou a sabatina criticando Marçal e também Guilherme Boulos (PSOL), seu adversário na esquerda. O prefeito falou em “proteger a cidade do invasor de propriedade e do invasor de conta bancária”, em referência aos candidatos do PSOL e do PRTB.
Além de Nunes, outros postulantes foram convidados. Marçal foi entrevistado na quarta-feira (4) e Tabata Amaral (PSB) na quinta-feira (5). Na semana seguinte, de 9 a 13, será a vez de Guilherme Boulos (PSOL), Altino Prazeres (PSTU), Ricardo Senese (UP), João Pimenta (PCO) e Marina Helena (Novo). A entrevista com Bebeto Haddad (DC) deve ocorrer em 16 de setembro.
A Folha e o UOL têm feito uma série de sabatinas com candidatos de todo o país. O ciclo de entrevistas foi iniciado em 10 de junho com os postulantes de Belo Horizonte e está sendo feito também em outras 17 cidades.
Além disso, Folha de S.Paulo e UOL promoverão um debate com os principais candidatos à Prefeitura de São Paulo. O encontro no primeiro turno será em 30 de setembro, às 10h. Caso haja segundo turno, haverá outro em 21 de outubro, também às 10h.
VICTÓRIA CÓCOLO E CAROLINA LINHARES / Folhapress