SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O que seria um primeiro embate entre os candidatos que disputam a Prefeitura de São Paulo no 2º turno virou uma sabatina.
Isso porque o prefeito Ricardo Nunes (MDB) declinou do convite para o debate promovido pelo Grupo Globo, na manhã desta quinta-feira (10), e apenas o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) compareceu.
De acordo com as regras de O Globo, Valor e CBN, na ausência de um dos postulantes, o debate não seria cancelado, mas adaptado para uma sabatina de uma hora. A cadeira de Nunes foi mantida, e Boulos foi autorizado a direcionar duas perguntas para o prefeito.
A campanha de Nunes tem afirmado que foram marcados muitos debates para o segundo turno e sugeriu que veículos de comunicação se reunissem em um pool para reduzir a três o número de embates.
Segundo o emedebista, cegaram convites para 12 encontros.
Já a equipe de Boulos avalia que poderia haver uma redução para sete ou nove encontros, mas o psolista tem usado a ausência de Nunes para criticá-lo.
Folha de S.Paulo e UOL planejam repetir em conjunto no segundo turno um debate para a Prefeitura de São Paulo.
Em entrevista a jornalistas nesta quarta-feira (9), Boulos chamou de Nunes de “fujão”.
“Fugiu o tempo todo como prefeito das suas responsabilidades. A cidade ficou largada, foi reaparecer na época de eleição”, afirmou Boulos.
“Ele mostra novamente que quer fugir da discussão sobre a cidade. É um desrespeito com as pessoas.”
Boulos também prometeu um ato em frente a prefeitura caso algum dos debates seja cancelado.
“Se algum debate for desmarcado porque o nosso adversário não for, eu vou convocar a militância para a frente da Prefeitura para debater com o povo de São Paulo em praça pública”, afirmou o psolista. “Se ele foge e tem medo, a gente vai debater olho no olho com o povo dessa cidade. Vai ter debate. Ele pode até não participar, mas vai ter.”
Após as falas de Boulos, a equipe de Nunes afirma que alertará a Prefeitura de São Paulo sobre o risco de invasão, apedrejamento e depredação e citou manifestações do movimento sem teto: “a Fiesp [Federação das Indústrias do Estado de SP] e o Ministério da Fazenda já foram vítimas de sérios prejuízos”.
BOULOS É QUESTIONADO SOBRE APOIO DE ALCKMIN
No início da sabatina, o psolista foi questionado sobre os apoios que têm recebido desde o primeiro turno, como do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), que Boulos já criticou no passado e era governador quando ele foi detido na desocupação do comunidade do Pinheirinho, em São José dos Campos (SP).
“O que mudou foi o Brasil. Nessa mesma época, o Lula e o Geraldo eram adversários e se criticavam com mais dureza do que as minhas críticas ao Alckmin. O que mudou não foi a personalidade das pessoas, mas nesse meio-tempo surgiu uma direita marcada pelo ódio e violência e fez com que setores que pensam diferente se unam”, disse o candidato.
Ele também voltou a falar sobre como atrair eleitores de Pablo Marçal (PRTB), que teve mais de 28% dos votos no primeiro turno. Entre as propostas, citou o estímulo ao empreendedorismo e também o investimento em esportes nas escolas
“Ele chamou de escola olímpica. [Vou integrar] O conceito de integrar o esporte com as escolas municipais, como uma oportunidade para o jovem, o adolescente, ver o esporte como algo que dá um caminho de vida para o jovem. É algo que vamos assumir”, afirmou.
ISABELLA MENON / Folhapress