SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dia depois de ultrapassar o valor de mercado da Amazon, a gigante dos chips Nvidia agora também ultrapassou a Alphabet, holding do Google.
As ações da Nvidia subiram 2,5% nesta quarta-feira (14), fechando com uma capitalização de mercado de cerca de US$ 1,83 trilhão, superando o valor da gigante das buscas de aproximadamente US$ 1,82 trilhão, segundo dados compilados pela Bloomberg.
Com o ganho, a fabricante de chips se tornou a quarta empresa mais valiosa do mundo e a terceira dos EUA. A Saudi Aramco, da Arábia Saudita e avaliada em cerca de US$ 2 trilhões, é a próxima da lista.
A última vez que a Nvidia foi mais valiosa do que a Amazon foi em 2002, quando cada uma valia menos de US$ 6 bilhões (R$ 30 bilhões).
As ações da Nvidia subiram cerca de 49% só neste ano e adicionaram cerca de US$ 602 bilhões em valor, impulsionadas por uma forte demanda por seus produtos.
Os chips fabricados pela empresa compõem data centers que executam tarefas de computação complexas exigidas por aplicativos de inteligência artificial (IA).
Mesmo outras empresas de tecnologia também apresentando bom desempenho em 2024, elas parecem estar em marcha reduzida quando comparadas à Nvidia. A fabricante de chips vai divulgar seus resultados anuais na próxima quarta-feira (21).
“Estamos esperando outro relatório forte, mas a expectativa está alta”, escreveu o analista do Susquehanna Investment Group, Christopher Rolland, em uma nota divulgada nesta quarta-feira (14).
Analistas de Wall Street estão vendo sinais de uma demanda robusta contínua pelos chips de IA H100 da Nvidia. As vendas da empresa têm sido impulsionadas pelos gastos com IA de seus maiores clientes, que incluem a Microsoft e a Meta.
O processador H100 tem 80 bilhões de transistores –cerca de cinco vezes mais dos que os iPhones de última geração.
Cada unidade custa US$ 30 mil na média. As empresas interessadas em disputar o mercado de inteligência artificial enfrentam esse preço para montar a infraestrutura necessária para o negócio.
Além do design de chips, a Nvidia desenvolve plataformas de computação que otimizam o resultado das unidades de processamento gráfico (GPUs, na sigla em inglês). A equipe de engenheiros e pesquisadores da gigante da tecnologia é global e inclui brasileiros.
Pelo menos cinco corretoras aumentaram as metas de preço para a Nvidia neste mês. Os analistas, em média, aumentaram as estimativas de receita para 2024 em mais de 100% nos últimos 12 meses, de acordo com dados da Bloomberg.
Embora a febre da IA tenha impulsionado as ações de empresas ligadas à tecnologia, a Nvidia é uma das poucas que demonstraram um crescimento significativo de receita vinda da IA.
Depois da Nvidia, a Meta foi a big tech que mais cresceu nos últimos 12 meses, com uma valorização de 165%. Em janeiro, a Microsoft, também impulsionada no último ano por produtos ligados a IA, fechou com valor de mercado maior que Apple pela primeira vez desde 2021.
Nesta quarta, o S&P 500 subiu 0,91% e o Dow Jones, 0,33%. Já o Nasdaq teve ganhos de 1,30%, impulsionado pelas big techs.
Os índices de Wall Street haviam caído para mínimas em mais de uma semana na terça (13), após a divulgação de uma inflação maior do que o esperado nos Estados Unidos. O Dow Jones registrou seu pior dia em 11 meses.
O CEO da Nvidia, Jensen Huang, esteve na China em janeiro pela primeira vez desde o início da pandemia para reafirmar seu vínculo com o país. Ele passou por Pequim, Xangai e Shenzhen, cidades em que a Nvidia tem subsidiárias.
A Nvidia é o principal alvo hoje no esforço americano para restringir o acesso chinês a chips avançados. A empresa, sediada na Califórnia, busca contornar desde 2022 as limitações de exportação à China determinadas pelo Departamento de Comércio dos EUA.
O país responde por um quinto da receita da Nvidia, segundo o próprio Huang, que fundou a companhia em 1993 e tem cerca de 3,5% dos papeis da empresa.
“Se formos privados do mercado chinês, não temos contingência para isso, não existe outra China”, afirmou ele, no ano passado. “Se não puderem comprar, eles mesmos vão fazer.”
Redação / Folhapress