SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Livro que discute racismo e violência, “O Avesso da Pele” voltou a ser disponibilizado neste sábado (6) nas escolas do Paraná e de Goiás após ter sido recolhido em março deste ano.
A obra de Jeferson Tenório foi retirada das unidades de ensino em três estados após uma diretora do Rio Grande do Sul pedir o banimento do título nas salas de aula.
O anúncio da liberação foi feito no perfil das redes sociais da Companhia das Letras, editora da obra. A empresa havia entrado na Justiça com um mandado de segurança para barrar o recolhimento dos livros no Paraná.
“Felizmente a decisão foi revista pelas secretarias estaduais de educação e o livro voltou a estar disponível para alunos de ensino médio”, diz trecho do comunicado da Companhia das Letras no Instagram.
Em 1º de março, Janaina Verizon, diretor da Escola Ernesto Alves, no Rio Grande do Sul, classificou a obra como inadequada para estudantes do ensino médio. Ela argumentou que alguns trechos apresentam cenas de teor sexual. O livro também foi acusado de infringir o Estatuto da Criança e do Adolescente, o que especialistas discordam
À época, Jeferson Ternório usou as redes sociais para criticar a decisão de recolher o livro. “O mais curioso é que as palavras de ‘baixo calão’ e os atos sexuais do livro causam mais incômodo do que o racismo, a violência policial e a morte de pessoas negras”, escreveu.
O livro foi vencedor do Prêmio Jabuti de romance literário em 2021 e selecionado pelo PNLD (Programa Nacional do Livro e do Material Didático) junto ao FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento de Educação) que compra e distribui livros para as escolas públicas brasileiras a partir da avaliação de banca com professores, mestres e doutores.
Após a repercussão do caso, o “Avesso da Pele” registrou um aumento de 400% das vendas entre livros físicos e ebooks.
Redação / Folhapress