SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O desejo irrefreável do agronegócio brasileiro de exportar carne para o Japão, Wellhub quer colocar seus aparelhos na Europa e outros destaques do mercado nesta quarta-feira (26).
**EXPANDINDO HORIZONTES**
O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina e de frango do mundo e quer continuar crescendo. Prova disso é que, em sua visita ao Japão, a delegação do governo Lula está negociando para que o país possa vender sua produção para os japoneses.
ALGUMAS PEDRAS NO CAMINHO
Para começar a mandar carne para o país oriental que hoje importa a commodity dos EUA e da Austrália, na maior parte os produtores brasileiros terão de passar por inspeções e visitas de agentes técnicos.
O início dessas missões ficou marcado para os próximos meses, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. Outro integrante da comitiva afirmou que um questionário sobre a condição sanitária do rebanho foi enviado para que o governo respondesse.
PARA QUE TUDO ISSO?
Sim, vale a pena o esforço para vender para o Japão. Apesar de ser famoso pelos pratos com peixes e frutos do mar, eles estão entre os maiores consumidores de carne bovina do mundo.
Em 2024, o país importou 736 mil toneladas, segundo o World Beef Report.
A viagem a Tóquio tinha como seu principal objetivo convencer os japoneses a dar uma chance aos nossos bois uma namoro que já dura 30 anos, sem consumação.
Além de conquistar um mercado com bastante potencial, abrir as portas do comércio com o país seria um marco para os produtores brasileiros.
Nos últimos 20 anos, a agropecuária do país vem se esforçando para atender às exigências do mercado internacional, nos quesitos sanitário e tecnológico. Seria como ganhar uma estrelinha pelo esforço, digamos assim.
TEMPO DE MUDANÇAS
O mercado das carnes passa por um momento delicado. Os EUA, líder mundial até poucos anos, tem o menor rebanho desde 1950.
O Brasil hoje tem produção recorde e produto espalhado por quase todo o mundo, mas está fora de pelo menos 30% do mercado internacional que melhor remunera as carnes.
O Japão seria uma nova abertura de mercado na Ásia e facilitaria negociações com Vietnã e Coreia do Sul. Turquia e Taiwan também estão nessa lista de bons mercados.
**MALHANDO ALÉM-MAR**
O Instagram manda você treinar, seu médico manda você treinar, o TikTok manda você treinar a newsletter sobre o Mercado manda você treinar? Sim!
A Wellhub novo nome da Gympass, caso a memória falhe quer aumentar seus negócios mundo afora. Para isso, anunciou ontem a aquisição da alemã Urban Sports Club e deflagrando sua investida na Europa.
QUEM?
A Urban Sports Club é uma empresa bem parecida com a brasileira. Também oferece planos mensais como benefício corporativo, para baratear a prática de esportes diferentes em várias academias.
Ela atua na Alemanha, Áustria, Bélgica, Espanha, França, Países Baixos e Portugal.
A Wellhub, por sua vez, está no Brasil (claro), EUA, México, Argentina, Alemanha, Chile, Espanha, Irlanda, Itália, México e Reino Unido.
OU SEJA
Com a fusão, a Wellhub aumenta em mais de 50% sua base de clientes. Com isso, são 34,5 mil clientes corporativos e 83 mil parceiros de bem-estar.
OS TERMOS
O valor da transação não foi divulgado. Deve acontecer uma parte em troca de ações e a outra em dinheiro.
POR QUE IMPORTA?
Serviços como este estão mudando a operação das academias.
Por um lado, oferecem uma gama maior de atividades e locais de treino para os assinantes, o que aumenta e diversifica a clientela desses negócios.
Por outro, retêm uma boa parte do que os clientes pagam para frequentar as academias, que ganham um valor (que elas reclamam ser pequeno) a cada assinante que usa o espaço.
Isso faz com que a quantidade de usuários seja (1) imprevisível, (2) muito determinante para o faturamento. As academias brigam para entregar um serviço bom em um ambiente pouco controlável.
A Wellhub esqueceu de considerar as normas do Cade em seus planos. A empresa havia investido em uma série de academias para selar contratos exclusivos com elas. O órgão impôs o fim da modalidade, e agora, a concorrência também poderá aproveitar os espaços reformados por ela.
**CARO PARA UNS, RENTÁVEL PARA OUTROS**
Para uns, a locação de imóveis se torna um negócio cada vez mais rentável. Neste grupo, estão aqueles que compram casas e apartamentos como forma de investimento.
Para outros, morar está cada vez mais caro. Agora, estamos falando de quem não tem uma casa para chamar de própria ou optou por pagar aluguel.
A rentabilidade média dos imóveis residenciais em cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro bateru os níveis pré-pandemia, atingindo 19,1% ao ano em 2024. Boa notícia?
A PESQUISA
Foi feita pelo FGV Ibre junto com a QuintoAndar.
Para chegar no resultado, somaram o rendimento do aluguel com a valorização dos imóveis para medir a atratividade do investimento em locação, quando comparada a outras aplicações financeiras. Isto é, se você tiver uma graninha sobrando.
HOJE VS. ONTEM
Em São Paulo, o estudo mostrou que a valorização dos imóveis para venda se estabilizou em um preço um pouco menor do que era antes da pandemia. O aluguel, no entanto, voltou com força total.
TESOURO
Investir em imóveis deu mais grana do que aplicações financeiras conservadoras, como o Tesouro Selic e o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Tudo faz sentido, gafanhoto. Em um momento em que a taxa básica de juros está alta, o crédito em financiamentos fica bem mais caro o que faz com que muitos optem por morar de aluguel.
Esses resultados foram calculados antes da escalada da Selic, que deve continuar ao longo do ano. Com a taxa lá em cima, outras formas de investimento podem ser valorizadas, sobretudo a renda fixa. Fique de olho.
PEGANDO FOGO
É uma boa forma de descrever o mercado imobiliário nos últimos dois anos. O retorno do programa de habitação Minha Casa, Minha Vida levou mais gente a pensar na casa própria.
A tendência é que a coisa arrefeça já que, como comentamos, os juros devem subir.
**A PRESSA É INIMIGA DA PERFEIÇÃO**
A forma mais fácil de arrumar problema é querer arrumar dinheiro fácil. Em geral, todos os jeitos de consegui-lo acabam em furada.
O Banco Safra foi multado em R$ 2,7 milhões pelo Procon-MG por supostamente ter quebrado uma regrinha ou outra na hora de conceder empréstimos consignados.
Segundo o órgão que denuncia, o crédito foi contratado sem que os clientes concordassem, entre outras acusações.
TUDO COMEÇOU
Com uma reclamação de um consumidor feita em 2020. O Safra disse sim, mas ele não havia perguntado nada. Segundo ele, o banco realizou uma operação de consignado sem ele ter pedido.
Então, foi só cavar para achar o tesouro. Havia uma série de reclamações semelhantes em plataformas como o Reclame Aqui e o consumidor.gov, sobretudo de 2015 a 2020.
Os relatos dos afetados questionavam um desconto indevido de valores da aposentadoria para pagar empréstimos que eles não solicitaram alguns deviam R$ 6 mil, outros R$ 9 mil, por aí vai.
Na base de dados do Sindec (Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor), foram localizadas 4.789 reclamações contra o banco Safra, entre 2015 e 2020, relacionadas a empréstimos consignados.
PIORA
O Safra também omitia informações sobre os riscos do mau uso do serviço, induzindo os clientes a acreditarem que, ao pagar o valor mínimo da fatura mensal, estariam dando o suficiente para quitar o montante emprestado tudo isso segundo o MPMG.
SEM RESPOSTA
Contatado pela Folha, o banco não quis comentar os casos que ainda estão sendo tratados na Justiça.
No processo, afirmou que as contratações dos consignados foram realizadas seguindo as regras do INSS e do Código de Defesa do Consumidor.
CONSEQUÊNCIAS
A multa de R$ 2,7 milhões foi aplicada com base na Lei do Superendividamento, que proíbe práticas de pressão ou assédio por parte de instituições financeiras sobretudo contra consumidores em situação de vulnerabilidade, como idosos, analfabetos ou aqueles em risco financeiro.
É bom saber que essa lei existe e você, caro cidadão, é protegido por ela. Clicando aqui você pode lê-la na íntegra e saber o que pode fazer caso se sinta enganado.
O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER
O barato sai caro. O óleo de bagaço de oliva, que foi propagandeado como uma alternativa menos cara ao azeite, já está custando R$ 44,90. Temperar a salada continua sendo um luxo.
Ligada no 220. A BYD vendeu mais de US$ 100 bilhões (R$ 570 bilhões) em um ano pela primeira vez na sua história.
Han Jong-Hee (1962-2025). Co-CEO da Samsung morreu aos 63 anos. Ele trabalhava lá desde 1988 e ajudou a transformar a marca em uma potência dos televisores.
Fim da magia. Não vai ter mais Harry Potter e a Criança Amaldiçoada no Brasil, pelo menos por enquanto. A produtora inglesa, detentora dos direitos da peça, disse que não conseguiria lançar o espetáculo no nível de qualidade esperado.
LUANA FRANZÃO / Folhapress