SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Começam às 22h desta quinta-feira (2) as obras de recapeamento das rodovias que compõem o Sistema Anhanguera-Bandeirantes, sob concessão da CCR AutoBAn.
Segundo a concessionária, a troca do asfalto será realizada em todas as faixas dos 159 quilômetros de extensão da rodovia dos Bandeirantes (SP-348) e nos 147 quilômetros da Via Anhanguera (SP-330), além de sete quilômetros na rodovia Adalberto Panzan (SPI-102/330), em Campinas, e o trecho de dois quilômetros da rodovia Dom Gabriel Paulino Bueno Couto (SP-300), em Jundiaí.
Ao todo, o projeto prevê a recuperação de aproximadamente 2.100 quilômetros de faixas de rolamento e acostamento dessas rodovias, além de pontes e acessos, o que deve influenciar diretamente na viagem dos cerca de 850 mil veículos que passam diariamente pelo sistema viário, principalmente, entre a capital e Campinas.
O planejamento da concessionária prevê até 13 frentes trabalhando simultaneamente, em faixas de até 500 metros, para conseguir cumprir toda a obra no prazo de dois anos. O prolongamento da rodovia dos Bandeirantes depois de Campinas tem tráfego menor e poderá ter trabalhos também durante o dia, mas na maior parte a operação será no período noturno, das 21h às 5h, informa a AutoBAn.
Nesta primeira fase, até o dia 10 de maio, as obras serão realizadas nos seguintes trechos, das 22h às 5h:
Rodovia dos Bandeirantes
Sentido Interior norte
Região de São Paulo
Região de Limeira-Cordeirópolis
Sentido Capital sul
Região de Limeira-Cordeirópolis
Via Anhanguera
Sentido Norte – interior
Jundiaí
Campinas
Limeira-Cordeirópolis
Sentido sul capital
Limeira
O recapeamento do Sistema Anhanguera-Bandeirantes faz parte do programa de investimento de R$ 4,5 bilhões planejado em 2024 pela CCR Rodovias em suas concessões em todo o país, que totalizam 3.615 km em cinco estados.
Para pagar todo esse custo, a concessionária conta com a receita obtida nos pedágios de suas rodovias. Só no Sistema Anhanguera-Bandeirantes são oito praças de pedágio, que cobram passagens de R$ 8,20 a R$ 12,40, de acordo com a região. Segundo a CCR AutoBAn, seu faturamento bruto em 2023 foi de R$ 3,306 bilhões.
No recapeamento das rodovias, a AutoBAn vai utilizar o asfalto ecológico ou asfalto-borracha, que possui em sua composição o pó de borracha proveniente de pneus inservíveis, o que possibilita melhor condição de aderência e menor ruído, e, consequentemente, maior segurança para os motoristas.
Ele é chamado de ecológico porque é uma forma de retirar da natureza os pneus que não têm mais utilidade, o que ajuda na limpeza ambiental. Só para este trecho de obras da AutoBAn é estimado o uso de quase 1,3 milhão de pneus. Se ficassem na natureza, demorariam 600 anos para se decompor.
Essa tecnologia já é usada nos Estados Unidos, Europa, Japão e África do Sul desde os anos 1960 e chegou ao Brasil no início dos anos 2000. Alguns trechos do próprio Sistema Anhanguera-Bandeirantes já possuem o composto, o que agora será padronizado em todas as pistas.
Para cumprir o cronograma, a CCR AutoBAn dividiu a obra em quatro lotes. E três usinas fornecerão o asfalto-borracha. Segundo a empresa, serão utilizados 41,9 mil toneladas de massa asfáltica por mês e 500 mil toneladas de pedrisco, reciclados 1,3 milhão de pneus para mistura no asfalto e instalados 500 mil tachas refletivas nas vias.
CLAUDINEI QUEIROZ / Folhapress