SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Oito caminhões com água, alimentos e medicamentos entraram na Faixa de Gaza vindos do Egito na noite desta terça-feira (24), no horário local, disse a organização Crescente Vermelho Palestino.
O QUE ACONTECEU
Esse foi o quarto comboio de ajuda emergencial a entrar em Gaza vindo do braço da Crescente Vermelho no Egito desde o início da guerra entre Israel e Hamas, diz uma publicação no X, antigo Twitter.
Cinco dos caminhões continham água, dois transportavam alimentos e um levava medicamentos, informou o Crescente Vermelho em um comunicado.
A ajuda chegou após a ONU relatar que nenhum suprimento havia passado pelo Egito nesta terça. Mais cedo, a porta-voz de ajuda humanitária da ONU, Eri Kaneko, relatou que vinte caminhões esperados não conseguiram transportar ajuda a civis palestinos na Faixa de Gaza.
Desde que as entregas limitadas de ajuda humanitária começaram no sábado, 54 caminhões atravessaram Gaza transportando alimentos, medicamentos e água, o que o secretário-geral da ONU, António Guterres, descreveu como “uma gota de ajuda num oceano de necessidade”.
Nenhum combustível foi entregue. Israel resiste por alegar que pode haver desvio das entregas para militares do Hamas.
PRESSÃO INTERNACIONAL POR CORREDOR HUMANITÁRIO
Os EUA estão negociando com Israel, Egito e as Nações Unidas para tentar criar um mecanismo de entrega para levar ajuda para Gaza. As partes estão em disputa sobre os procedimentos de inspeção da ajuda e dos bombardeios no lado da fronteira em que está Gaza.
No entanto, a discussão de um cessar-fogo para a passagem dos suprimentos não é consensual nos fóruns globais. nesta terça-feira (24), o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, disse que a Casa Branca avalia que um cessar-fogo só “beneficiaria o Hamas”.
O chanceler brasileiro Mauro Vieira criticou inação da comunidade internacional frente o desastre humanitário. Num discurso no Conselho de Segurança no qual denunciou e condenou tanto o Hamas como criticou Israel, Mauro Vieira alertou que a falência da comunidade internacional em lidar com a crise no Oriente Médio terá um preço elevado.
O conselho tem uma responsabilidade crucial na resposta imediata às crises humanitárias e de reféns que estão se desenrolando. Grande parte da reputação das Nações Unidas depende de sua abordagem à crise atual.Mauro Vieira
Redação / Folhapress