SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Oito migrantes morreram ao tentar atravessar o Canal da Mancha da França para o Reino Unido, disseram autoridades francesas neste domingo (15).
Jacques Billant, prefeito da região administrativa de Pas-de-Calais, disse que as equipes de resgate foram alertadas de que um barco com 59 pessoas a bordo estava em dificuldades na altura da costa de Ambleteuse, na França.
A embarcação partiu de um rio costeiro cuja foz fica entre Wimereux e Ambleteuse, encalhou e foi danificado ao se chocar contra rochas, acrescentou o prefeito.
O incidente ocorre quase duas semanas após o pior naufrágio do ano, que deixou 12 mortos no dia 3 de setembro.
“Um novo caso ocorreu por volta da uma da manhã e lamentamos a morte de oito pessoas”, disse Billant em uma coletiva de imprensa, acrescentando que as outras 51 pessoas a bordo estavam agora aos cuidados das equipes de resgate e médicas.
As pessoas mortas eram sobretudo homens, que vinham da Eritreia, da Síria, do Sudão, Egito, Irã e Afeganistão, acrescentou.
O Canal da Mancha, uma das rotas de navegação mais movimentadas do mundo, tem fortes correntes, o que torna perigosa a travessia em pequenos barcos.
O último incidente eleva para 46 o número de pessoas que morreram tentando atravessar o Canal da Mancha da França desde o início do ano, disse Billant.
Apenas no dia 14 de setembro, houve oito tentativas de atravessar o Canal a partir da França e cerca de 200 migrantes foram resgatados, disse ele.
Com 46 mortes, 2024 já é o ano mais mortal desde deste tipo de travessia no Canal da Mancha.
De acordo com a agência europeia Frontex, houve pouco mais de 62 mil travessias ilegais nessa região em 2023. Mesmo com um decréscimo de 12% em relação ao ano anterior, o número coloca o canal atrás apenas do mar Mediterrâneo, onde houve mais de 157 mil passagens irregulares no mesmo período, e dos Bálcãs, palco de 99 mil entradas.
Travessias em embarcações precárias costumam aumentar nesta época do ano, quando o verão chega ao fim na Europa. O objetivo dos migrantes é chegar ao Reino Unido –o que, muitas vezes, não conseguem.
Redação / Folhapress