Ônibus recebem escolta policial para evitar sequestro no Rio

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – As linhas de ônibus que circulam pela estrada do Itanhangá, na zona oeste do Rio de Janeiro, passaram a ter o itinerário sob escolta policial desde a noite desta quarta-feira (30). A medida busca impedir que os coletivos sejam alvos de ações criminosas na região.

A via fica entre as comunidades da Muzema, Tijuquinha e Rio das Pedras. A área é alvo de disputa entre criminosos que interceptam os coletivos e usam como barricadas para impedir a ação da polícia.

Diversos episódios de ataques aos ônibus ocorreram nos últimos 15 dias, 160 mil passageiros que utilizam diariamente as sete linhas que passam no local.

Segundo responsáveis pelas linhas, os suspeitos, nessas ações, obrigam o motorista a atravessar o veículo na via e retiram a chave e a bateria.

Nesta quarta-feira (30), os ônibus tiveram o caminho desviado por conta de um intenso tiroteio entre policiais militares e milicianos. Um criminoso morreu e outros cinco foram presos. Na ação, sete fuzis foram apreendidos.

Segundo a Polícia Militar, carros da corporação acompanham os ônibus e o policiamento é intensificado durante a partir das 23h até o amanhecer, com blindados da polícia nos pontos de ônibus.

Em nota, o sindicato Rio Ônibus, que representa as empresas, afirmou que “louva a iniciativa, mas entende que essa é apenas uma solução paliativa, até que região seja pacificada e pede que a mesma solução estendida a outras áreas da cidade que sofrem com o mesmo problema”.

De acordo com o levantamento do sindicato, só neste ano, 112 ônibus foram sequestrados e usados como barricadas. Oito deles foram incendiados. O prejuízo chega a R$ 22 milhões.

Cerca de 230 motoristas de ônibus estão longe das ruas e afastados para tratamento psicológico, depois de serem agredidos por criminosos durante episódios de violência na cidade.

No último dia 23, três ônibus foram sequestrados e usados para bloquear a estrada do Itanhangá. Por causa de um intenso tiroteio, mais de 190 ônibus não circularam na região durante toda manhã no dia 21.

Na semana anterior, no dia 16, outros nove ônibus foram colocados atravessados na estrada do Itanhangá para impedir uma operação da Polícia Militar. No dia seguinte, mais dois coletivos foram usados como barricadas na Muzema.

Dias depois, um grupo de homens vestidos de preto armados com fuzis foram flagrados por câmeras de segurança circulando na comunidade da Muzema, no dia 19. O flagrante ocorreu um dia após o governo do estado reforçar o policiamento depois dos ataques a ônibus.

Nesta terça-feira (29), o secretário nacional de Segurança, Mário Sarrubbo, anunciou a criação de um grupo de trabalho em conjunto com as forças de segurança do estado do Rio para recuperar territórios dominados por facções criminosas e combater a entrada de armas ilegais.

Segundo a Polícia Militar, o policiamento na região está reforçado com equipes do 31º BPM (Recreio dos Bandeirantes), com o apoio das demais unidades do 1º Comando de Policiamento de Área e com ações estratégicas através de unidades especializadas.

Ao longo da última semana, as tropas especiais e batalhões de área atuaram ainda nas comunidades Tijuquinha, do Morro do Banco e do Sítio do Pai João, que também interligam a região.

“A Polícia Militar segue com um esquema amplo de atuação para localizar e prender os envolvidos nos recentes confrontos criminosos desencadeados naquelas comunidades”, disse a corporação, que pede ainda a ajuda da população com informações através do Disque-Denúncia: (21) 2253-1177.

ALÉXIA SOUSA / Folhapress

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