SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Exército de Israel anunciou nesta quinta-feira (21) ter matado mais 50 pessoas no hospital Al-Shifa e em seus arredores em um período de 24 horas. Isso eleva a 140 o número de mortes desde o início da invasão da principal unidade de saúde da Faixa de Gaza, iniciada na segunda-feira (18).
Tel Aviv diz que os mortos eram todos terroristas, repisando a acusação de que o hospital é usado como centro de comando e controle do Hamas. Foi o mesmo argumento com que justificou sua primeira e controversa invasão do centro médico, em novembro.
O Hamas, por sua vez, nega que o local abrigue combatentes do grupo, e afirma que os mortos na operação desta semana eram pacientes feridos e palestinos deslocados que viviam ao redor do complexo hospitalar.
Localizado na Cidade de Gaza, o Shifa era uma das poucas instalações de saúde que seguiam operando, ainda que parcialmente, no norte da faixa desde o início da guerra. Quase todas as outras colapsaram por escassez de suprimentos e falta de condições de trabalho devido aos combates frequentes.
À agência de notícias Reuters, moradores locais disseram que os militares estavam agora explodindo casas próximas do hospital. Rabah, pai de cinco crianças, disse que a área virou uma zona de guerra, com os residentes trancados em suas casas enquanto as ruas servem de palco para os combates.
Vídeos divulgados pelo Hamas exibem membros da facção disparando contra tanques israelenses em avenidas reduzidas a destroços.
Assim como em novembro, Israel afirmou ter encontrado infraestrutura e armamentos dentro e ao redor das instalações de saúde. Também exibiu imagens de metralhadoras automáticas AK-47, granadas propelidas por foguetes, morteiros e outros itens de artilharia.
O porta-voz do Exército do país, o contra-almirante Daniel Hagari, declarou que tanto integrantes do Hamas e quanto de outra facção, o Jihad Islâmico, estavam se escondendo dentro do hospital. Não estão claras a motivação para o retorno das forças a um local que eles já tinham invadido e a previsão para o fim da ofensiva, uma vez que o Exército acrescentou em sua nota, sem dar mais detalhes, que “continua com as atividades operacionais de precisão na área do hospital Al-Shifa”.
A Cidade de Gaza foi um dos primeiros alvos de Tel Aviv após o início da guerra, que começou após o Hamas atacar o sul de Israel em 7 de outubro do ano passado, matando cerca de 1.200 pessoas e sequestrando 250. A retaliação israelense, por sua vez, matou ao menos 31.988 e feriu outras 74.188, segundo as autoridades de Gaza, ligadas ao Hamas.
Redação / Folhapress