RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Uma operação da Polícia Civil do Maranhão cumpriu nesta terça-feira (6) mandados de busca e apreensão contra duas pessoas supostamente ligadas ao abandono do carro, que tinha mais de R$ 1 milhão em dinheiro dentro do porta-malas, em São Luís.
Os policiais estiveram em um apartamento localizado no bairro Parque Shalom. No imóvel, mora Guilherme Ferreira Teixeira, identificado pela polícia como suposto motorista do veículo e quem o deixou abandonado no bairro Renascença.
Teixeira é ex-assessor especial da Secretaria de Governo da Prefeitura de São Luís e foi assessor técnico do deputado estadual Fernando Braide (PSC). A Folha não localizou a defesa dele.
A polícia identificou que o apartamento registrado em nome de Guilherme já pertenceu ao pai do prefeito de São Luís, Eduardo Braide (PSD), o ex-deputado estadual Carlos Braide. Os investigadores apuram como ocorreu a transferência do imóvel, se foi vendido ou repassado.
A defesa da família Braide não se manifestou. Procurada, a Prefeitura de São Luís também não respondeu até esta publicação.
Os agentes também estiveram na casa de Carlos Augusto Diniz da Costa, que se apresentou como proprietário do Renault, modelo Clio de cor vermelha, no dia 30 de julho, quando a Polícia Militar fez a apreensão da quantia. Segundo a investigação, no entanto, o carro não está registrado no nome dele.
Costa esteve na delegacia na noite acompanhado de um advogado, e permaneceu em silêncio durante o depoimento. Em nota, ele disse que está colaborando com as investigações.
O suposto dono do veículo era funcionário comissionado da Secretaria Municipal de Informação e Tecnologia de São Luís e foi exonerado logo após a repercussão do caso.
A Polícia Civil também faz diligências para descobrir o que motivou o abandono do carro por 15 dias próximo a um condomínio na rua das Andirobas.
Câmeras de segurança analisadas pela polícia, mostraram o momento em que o veículo foi deixado no dia 16 de julho. Após o carro ser estacionado, outro veículo de cor preta para bem ao lado do Clio e o motorista desce e entra no carro preto.
O automóvel ficou parado no local até que um porteiro do condomínio acionou a síndica, que chamou à Polícia Militar. Quando chegaram, os agentes encontraram o dinheiro no porta-malas.
Ao todo, o valor apreendido chegou a R$ 1.109.350,00. A contagem foi realizada pela Polícia Civil utilizando uma máquina de cédulas. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o dinheiro será depositado em conta judicial vinculada ao inquérito enquanto correr a investigação.
A polícia identificou que o carro foi deixado em frente à casa número 20, cujo endereço está registrado como sendo a empresa “Café e Cia”. Apesar do nome fantasia, a empresa seria de serviços hospitalares e, de acordo com a investigação, pertence a Clarice Sereno Loiola Braide, cunhada de Eduardo Braide e esposa de Antonio Braide, irmão do prefeito. A reportagem não localizou a defesa dela.
ALÉXIA SOUSA / Folhapress