Operação no Complexo da Maré tem três presos e dois mortos nesta segunda (9)

RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Operação das polícias Civil e Militar no Complexo do Maré, da zona norte do Rio de Janeiro, prendeu três pessoas e deixou dois homens mortos na manhã desta segunda (9). Segundo a polícia, eles foram baleados em troca de tiros e seriam suspeitos. A ação, segundo a polícia, tem como objetivo prender integrantes do Comando Vermelho envolvidos em roubos e furtos de cargas.

Por volta das 8h, um grupo tentou invadir a Linha Amarela, uma das vias expressas da cidade que liga a zona norte à zona oeste, mas a PM reprimiu a ação. Na Linha Vermelha, pneus chegaram a ser atirados na pista.

A ação integra a segunda fase da Operação Torniquete, com foco na repressão a roubos, furtos e receptação de cargas e veículos.

Entre os suspeitos presos está um homem identificado pelo apelido de Márcio Macaco, que seria um dos gerentes de drogas. Com ele, foram apreendidos diversos tabletes de maconha. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dele na manhã desta segunda.

A Torniquete é conduzida pela DRFA (Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis) e DRFC (Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas) e, segundo a Polícia Civil, é baseada em dados de inteligência analisados em conjunto com o Instituto de Segurança Pública.

As investigações apontaram que traficantes do Comando Vermelho que atuam na região coordenam uma rede criminosa que pratica roubo de veículos e cargas, utilizando os lucros para financiar a organização com a compra de armas e munições, além do pagamento de mesadas a familiares de presos e líderes da facção.

Segundo a investigação, os criminosos recebem ordens do Complexo da Penha para estruturar a logística dos crimes, que ocorrem em diversos bairros do Rio de Janeiro e da Região Metropolitana. Entre as atividades ilícitas identificadas estão o armazenamento, transbordo e revenda de cargas roubadas, clonagem de veículos para troca por armas e drogas ou revenda, desmanche de automóveis para venda de peças, utilização de veículos roubados em deslocamentos e outros delitos, e o sequestro de vítimas para extorsões financeiras via PIX.

A operação mobilizou diversas unidades especializadas, como o DGPE (Departamento-Geral de Polícia Especializada), DGPC (Departamento-Geral de Polícia da Capital), DGPB (Departamento-Geral de Polícia da Baixada), DGPI (Departamento-Geral de Polícia do Interior), Core (Coordenadoria de Recursos Especiais), Draco (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) e a SSINTE (Subsecretaria de Inteligência). O suporte da Polícia Militar incluiu o COE (Comando de Operações Especiais), BPVE (Batalhão de Policiamento em Vias Expressas), 22º BPM e Recom (Batalhão de Rondas Especiais e Controle de Multidão).

BRUNA FANTTI / Folhapress

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