Oposição na Venezuela diz que líder foi morto após prisão e culpa Maduro

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O partido de oposição venezuelano Vontade Popular afirmou nesta sexta-feira (25) que Edwin Santos, cofundador da sigla e liderança do estado de Apure, no centro-oeste da Venezuela, foi encontrado morto após ser detido pelas forças de segurança do Estado.

“Consideramos o regime de Nicolás Maduro responsável por esse assassinato”, disse o partido em um comunicado oficial publicado em seu perfil na rede social X.

A morte acontece num momento de escalada de repressão e prisões de manifestantes e líderes da oposição venezuelana após a eleição presidencial de julho deste ano, em que o CNE (Conselho Nacional Eleitoral) da Venezuela anunciou a vitória de Maduro.

Este resultado tem sido questionado dentro e fora do país desde então, enquanto o regime persegue opositores, presos arbitrariamente, e anula passaportes de dissidentes.

O Conselho de Direitos Humanos (CDH) da Organização das Nações Unidas, em relatório produzido sobre a Venezuela, atestou a escalada de violência do regime de Maduro após as eleições, e apontou que as forças de segurança do país foram responsáveis por 25 mortes, centenas de feridos e mais de 1.500 prisões arbitrárias entre julho e agosto deste ano. A morte de Santos, caso confirmada como ocorrida sob custódia do Estado, soma-se a esse saldo.

De acordo com o Vontade Popular, Santos havia sido dado como desaparecido no final da última quarta-feira (23) e foi visto sendo abordado por forças de segurança do Estado. O partido afirma na nota que, até a tarde de quinta (24), a informação era de que Santos estaria na sede da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM) na cidade de Guasdualito, na mesma região, mas foi encontrado morto na manhã desta sexta numa ponte que liga os estados de Apure e Tachira.

Desde julho passado, Santos denunciava o colapso desta ponte após fortes chuvas, num acidente que causou três mortes e afetou milhares de venezuelanos. No comunicado, o partido descreve o fato de o corpo de Santos ter sido encontrado nesta mesma ponte demolida como “um claro sinal político de retaliação contra ele e contra o ativismo político democrático”.

“O que aconteceu com Edwin Santos confirma a continuidade das políticas de repressão, perseguição e assassinato de um regime criminoso investigado perante o Tribunal Penal Internacional por crimes contra a humanidade”, escreveu o partido no X. “Lutaremos por uma investigação independente, começando com uma autópsia independente, para esclarecer as causas de seu assassinato e poder determinar quem foi o responsável.”

Antes de ter sido encontrado morto, o desaparecimento de Santos tinha sido objeto de outro comunicado do partido que afirmava: “Não normalizaremos a perseguição política do regime. Acompanhar os venezuelanos em suas reivindicações legítimas não é um crime. Exigimos que Edwin seja libertado imediatamente!”.

Redação / Folhapress

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