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Opositor light, único governador não chavista eleito foi expulso de partido por se candidatar

BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) – Único governador de oposição ao ditador Nicolás Maduro a vencer as eleições do último domingo (25), Alberto Galíndez, 69, teve de romper com uma coalizão antichavista que boicotou o pleito. Ele já havia comandado o estado de Cojedes, no noroeste da Venezuela, de 1996 a 2000, e voltou ao poder em 2021. Agora, conseguiu a reeleição após ser expulso de seu partido.

Galíndez integrava o PJ (Primeiro Justiça), de orientação liberal, até abril deste ano, quando foi desfiliado por contrariar a orientação de não participar do pleito. A sigla pertence à coalizão PUD (Plataforma Unitária Democrática), encabeçada pela líder opositora María Corina Machado. Ela determinou o boicote como resposta às evidências de fraudes do pleito presidencial do ano passado, em que o CNE declarou vitória de Maduro. A PUD reconhece seu candidato Edmundo González Urrutia como presidente eleito.

O governador de Cojedes venceu com 55,22% dos votos, batendo John Moreno, candidato de Maduro, segundo um boletim divulgado pelo CNE (órgão eleitoral controlado pelo regime) com 93,4% dos votos apurados. O pleito foi marcado pela apatia e pela alta abstenção —o CNE divulgou que o comparecimento, em nível nacional, foi de 42,6%, enquanto María Corina fala em 15%, sem apontar a fonte desse dado.

Segundo o regime, a participação de eleitores de Cojedes foi de 70,54%, a maior entre todos os 23 estados mais o território de Essequibo, que a Venezuela disputa com a Guiana e para o qual também foram eleitos representantes.

Mesmo na oposição, Galíndez mantém diálogo com o regime e, desde 2022, faz parte do Conselho Federal de Governo, uma estrutura composta por diferentes esferas do poder público com o objetivo de descentralizar o Estado. Em 2025, Maduro o confirmou para um cargo de secretário do conselho, em um sinal de que a ditadura o tolera como uma figura fora do chavismo.

Nascido em Macapo (a 236 km de Caracas), em junho de 1955, Galíndez começou na política como prefeito de Tinaco, de 1993 a 1996. Ao longo de sua carreira, passou por diferentes partidos, como a tradicional Ação Democrática —fundada pelo ex-presidente da Venezuela Rómulo Betancourt e de orientação social-democrata.

Com apenas 325 mil habitantes, o estado que ele governa sobrevive, principalmente, da pecuária e da produção agrícola, e as culturas mais importantes são arroz, inhame e tabaco. A mineração começa a ganhar peso na região de El Baúl, o que também tem ajudado a movimentar a atividade comercial na capital, San Carlos, e em Tinaquillo.

Após a divulgação do resultado, Galíndez afirmou se tratar de um exemplo da unidade e da participação democrática de um povo “determinado a promover mudanças para as gerações futuras”. E deu um recado aos opositores que o isolaram. “Foi uma vitória contundente, conseguimos unir o povo, derrotamos inclusive aqueles que chamaram pela abstenção. O voto continua sendo o grande instrumento de poder do povo”, disse o governador após a confirmação.

DOUGLAS GAVRAS / Folhapress

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