Órgãos estudantis da Unisa cobram punição e dizem que universidade já foi omissa

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após a repercussão dos vídeos em que alunos de medicina da Unisa (Universidade Santo Amaro) aparecem nus durante um jogo universitário, órgãos estudantis da universidade publicaram notas de repúdio e cobranças de punição em suas páginas nas redes sociais.

O Diretório Acadêmico da Faculdade de Direito da Unisa afirmou que aguarda medida exemplar por parte da instituição, que “por muitas vezes se fez omissa aos crimes praticados por esses mesmos alunos em outras situações”. A entidade afirmou ainda que tem satisfação em não manter contato profissional nem pessoal com os alunos do curso de medicina.

Desde segunda (18), universidade anunciou a expulsão de ao menos seis alunos -o total não foi informado pela instituição. Já a atlética da medicina da Unisa disse, por meio de nota divulgada nas redes sociais, que as imagens não representam seus “princípios e valores”. O vídeo viralizou no último fim de semana, mas a competição esportiva ocorreu entre os dias 28 de abril e 1º de maio, durante o Calomed, em São Carlos (a 216 km da capital paulista).

Outra entidade a manifestar repúdio sobre o caso foi a atlética da Faculdade de Farmácia, que declarou esperar que as medidas a serem tomadas não se limitem a “cartazes espalhados pela universidade como aconteceu anteriormente”.

Os estudantes afirmam que, em situações no passado, sobrou até para os cursos que nunca estiveram envolvidos com os episódios, enquanto os “criminosos seguem intactos”. A nota da atlética da Faculdade de Odontologia é semelhante.

Já atlética do curso de fisioterapia declarou prestar solidariedade às vítimas do episódio e diz esperar que elas tenham sido acolhidas.

Na manhã desta terça-feira (19), o episódio era assunto comentado na entrada do campus de Interlagos da universidade, na zona sul de São Paulo. Por ali, alunos de diferentes cursos reclamavam da conduta dos estudantes de medicina e disseram que o dia havia sido de tensão dentro do campus.

As amigas Nicole Puglioso, 18, Sophia Gama, 19, Isabela Orfano, 24, e Iamis Haggi, 18, que cursam odontologia e veterinária, relataram que os estudantes de medicina passam na frente da fila, têm um estacionamento só deles e ficam nas melhores salas com ar-condicionado.

Elas relataram calouros são maltratados pelos veteranos e que os trotes costumam ter episódios de violência.

A reportagem entrou em contato com a faculdade para esclarecer as acusações omissão em casos no passado, mas a faculdade não respondeu.

Em nota publicada no site, a Unisa diz que medidas cabíveis vem sendo tomadas desde segunda-feira, quando soube do episódio. A instituição classificou os atos como “execráveis ao se exporem seminus e simularem atos de cunho sexual”.

Além disso, a faculdade informou que oficiou a Procuradoria-Geral do Ministério Público de São Paulo com elementos que podem colaborar com as providências cabíveis.

ENTENDA O CASO

Os alunos assistiam a um jogo de uma equipe feminina da universidade contra o Centro Universitário São Camilo quando tiraram a roupa e correram pela quadra. Nas redes sociais há comentários de que os estudantes estariam simulando uma “masturbação coletiva”.

Um grupo de alunos e alunas do curso de medicina do Centro Universitário São Camilo também teria mostrado as nádegas para o público na ocasião, segundo vídeos que circularam nas redes sociais e relatos de estudantes da instituição.

A São Camilo afirmou que teve conhecimento dos vídeos na segunda e está avaliando as imagens para decidir se cabe a aplicação de medida disciplinar, baseada no seu regimento interno.

ISABELLA MENON / Folhapress

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