SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ouro mantém alta mesmo com sinais de força da economia americana e o que mais importa.
*OURO EM ALTA*
O ouro encerrou nesta segunda (8) seu sétimo pregão seguido com renovação do recorde de preço nominal.
O metal fechou em alta de 0,3%, com a onça cotada a US$ 2.336 (R$ 11.739) após ter batido em US$ 2.353 (R$ 11.824) durante o dia.
Quando ajustada à inflação, a cotação está longe do topo de 1980, que hoje equivale a mais de US$ 3.000 (R$ 15.075) por onça.
O que explica: a recente disparada do ouro, que sobe 27% nos últimos seis meses, não tem um fator único e claro, de acordo com os agentes que acompanham o setor. Veja as razões apontadas:
↳ Compras da China: o banco central do país disse ter adicionado 160 mil onças às suas reservas em março, em um movimento que foi intensificado a partir das sanções econômicas impostas à Rússia após a invasão da Ucrânia.
O aumento das reservas de Pequim no ano passado foi o maior desde 1977.
↳ Conflitos geopolíticos: as guerras em Gaza e na Ucrânia aumentaram as tensões entre as principais potências do mundo e também são apontadas como um fator de pressão para a cotação.
↳ Queda dos juros: o ouro costuma se beneficiar em momentos de juros menores como não oferece um rendimento aos investidores, fica menos atrativo quando os títulos do Tesouro americano pagam mais.
O problema é que nas últimas semanas os dados da economia americana vieram mais fortes que o esperado, em um sinal de menos cortes de juros neste ano.
Era esperado que o contexto tiraria força do ouro, mas isso não aconteceu e acabou surpreendendo os analistas, mostra a Bloomberg.
Uma hipótese citada é a aposta de operadores de que os dados da inflação americana de março, divulgados na próxima quarta (10), irão ajudar no processo de redução das taxas.
*CEMITÉRIO VIRA GERADOR DE ENERGIA SOLAR*
Saint-Joachim, uma pequena cidade francesa de 4.000 habitantes, tem como objetivo se tornar autossuficiente em geração de energia.
O primeiro passo foi transformar seu cemitério em um jardim aéreo de energia solar, distribuindo eletricidade gratuitamente para seus habitantes.
O cemitério, que tem 11.000 metros quadrados, vai ganhar 9.000 metros quadrados de painéis solares instalados em uma cobertura.
As obras no cemitério começarão este ano e serão concluídas em 2025. O custo estimado é de 2,5 milhões de euros para construir a cobertura e mais 2 milhões de euros para a central de energia.
O próximo objetivo é mais ousado.
O município está trabalhando num projeto que permite transformar a energia solar em hidrogênio durante o verão e transformá-la novamente em eletricidade para o inverno. A ideia é deixar de utilizar gás nos edifícios durante o clima mais frio.
*OS MICRÓBIOS COMEDORES DE METANO*
Com a indústria muito focada no impacto de suas cadeias na geração de dióxido de carbono, o agro se preocupa com o metano, que é um dos principais causadores do efeito estufa.
Entenda: boa parte das emissões do gás no campo vem da pecuária, responsável por 14,5% das emissões mundiais de gases causadores do efeito estufa.
A Windfall Bio, uma startup americana, quer ajudar a resolver esse problema com uma solução de micróbios comedores de metano, conhecidos como “mems”. Fundada em 2022, a empresa já levantou US$ 28 milhões em investimentos.
A ideia é ser tipo uma levedura, que “come” o açúcar e o transforma em álcool.
No caso dos “mems”, eles se alimentam do metano e usam sua energia para extrair nitrogênio do ar, criando assim um fertilizante orgânico.
O produto em testes tem como alvo grandes emissores como fazendas, instalações de tratamento de resíduos, aterros sanitários e produtores de óleo e gás.
Sim, mas A solução da Windfall Bio funciona melhor apenas em áreas fechadas, o que não ataca um dos principais geradores de metano no campo: o arroto do boi.
↳ Outras startups estão trabalhando para atacar esse problema, com soluções que vão desde a adição de aditivos à alimentação de vacas, como algas marinhas, até vacinas e reprodução ainda não comercializadas.
No Canadá, uma solução que está sendo testada é inseminar nas vacas um sêmen de touro modificado geneticamente para que elas arrotem menos metano.
*COM QUE DADOS OS ROBÔS SÃO TREINADOS?*
No corrida para treinar seus modelos de IA (inteligência artificial), OpenAI, Google e Meta usaram conteúdos com direitos autorais sem pedir autorização para os donos, conforme uma apuração do New York Times.
Entenda: o treinamento dos chatbots envolve o uso de muitos dados. Primeiro, as empresas recorreram ao acervo público, como páginas do Wikipédia, postagens em fóruns e obras sem licenciamento. Mas só isso não foi suficiente.
↳ No fim de 2021, relata o New York Times, a OpenAI precisava de uma nova fonte de conteúdo para seu GPT-4, o motor mais avançado de sua IA.
Foi aí que a empresa desenvolveu uma ferramenta de reconhecimento de fala chamada Whisper. O objetivo era transcrever o áudio de vídeos do YouTube e, assim, usar esse conteúdo como fonte de treinamento de seu robô.
Só que isso é proibido, tanto pela política da plataforma que não permite acesso a seu conteúdo por meio automatizado quanto pelos direitos autorais dos vídeos, que pertencem aos seus criadores.
↳ E por que o Google não reclamou? Porque a empresa, que é dona do YouTube, fez a mesma coisa para treinar seu chatbot sem pedir permissão aos criadores dos vídeos, relata o New York Times, citando fontes internas da companhia.
↳ Na Meta, houve discussões acerca da compra da editora Simon & Schuster e também sobre reunir dados protegidos por direitos autorais em toda a internet, mesmo que isso significasse enfrentar processos judiciais, conforme reuniões gravadas a que o jornal americano teve acesso.
Por que importa: o pagamento por uso de conteúdo é uma das frentes de batalha entre empresas de IA e de mídia. O próprio New York Times processou OpenAI e Microsoft por supostamente usarem seus textos sem permissão.
Em outro flanco, o Reddit celebrou um acordo estimado em US$ 60 milhões por ano para o Google poder usar o conteúdo de seus fóruns.
O que disseram as empresas:
A OpenAI afirmou que cada um de seus modelos de IA “possui um conjunto de dados exclusivo de nossa curadoria para ajudar sua compreensão do mundo e permanecer globalmente competitivo em pesquisa”.
O Google disse que seus modelos de IA “são treinados em algum conteúdo do YouTube”, o que foi permitido sob acordos com criadores do YouTube, e que a empresa não utilizou dados de aplicativos de escritório fora de um programa experimental.
A Meta afirmou que fez “investimentos agressivos” para integrar a IA em seus serviços e tinha bilhões de imagens e vídeos publicamente compartilhados do Instagram e Facebook para treinar seus modelos.
ARTUR BÚRIGO / Folhapress