RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Três pessoas da mesma família -pai, mãe e um bebê de 7 meses- foram mortos a tiros em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro, na noite desde domingo (17). As vítimas estavam em um carro, com placa de São Paulo, e foram vítimas de um ataque a tiros disparados por ocupantes de uma moto.
A criança, identificada como Miguel Filipe dos Santos Rodrigues, chegou a ser socorrida após ser atingida por um tiro na cabeça, mas morreu no hospital. Já os pais, Filipe Rodrigues e Rayssa dos Santos Ferreira, morreram no local do ataque.
O crime ocorreu na estrada Bento Pestana, no trevo da Cova da Onça, no bairro Baldeador, em NIterói. Segundo informações preliminares da polícia, homens em uma moto teriam parado ao lado do carro, um Voyage branco, e feito os disparos.
Rodrigues era motorista de aplicativo e não estava trabalhando no momento do ataque. Rayssa morreu segurando o bebê no colo.
“Filipe era uma pessoa maravilhosa, carinhosa, trabalhava como motorista de aplicativo e colocava gesso. A última vez que encontrei com ele foi na segunda passada, ele colocou gesso lá em casa”, disse à reportagem, emocionada, Adriana Rodrigues, prima dele.
“Sei que buscou o filho e a mulher, estavam super felizes, pretendiam comprar algo para a casa deles e aconteceu isso. Ele era muito trabalhador”, acrescentou.
A polícia apura se algo foi roubado do casal, que, momentos antes, estava em um trailer de comida rápida.
O padrasto de Rayssa disse que a família estava para receber cerca de R$ 5.000, que seriam usados para dar entrada em um imóvel, e teriam saído de casa para buscar o valor.
“Ele [Filipe] estava querendo crescer na vida. Queria sair da casinha de aluguel para poder ter a casinha própria. E apareceu a oportunidade de ele ter essa casinha. Ele ia, eu não sei se ele ia buscar o dinheiro de um término de serviço, ou se ele ia buscar um dinheiro emprestado para dar a entrada nessa casa”, disse Elvis Soares, o padrasto de Rayssa.
O casal estava junto há dois anos e o carro que estavam era alugado, segundo familiares. Filipe teria alugado o veículo há quinze dias para trabalhar como motorista de aplicativo.
O local onde ocorreu o crime é residencial e uma das casas da região ficou com marcas de tiros. Moradores afirmaram que ouviram muitos tiros e pensaram se tratar de fogos de artifício ou de balões.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que a “Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí investiga o caso. Os agentes estão em diligências para confirmar os nomes das vítimas e levantam informações para identificar a autoria e esclarecer a motivação do crime”.
De acordo com o Instituto Fogo Cruzado, Miguel Felipe é a primeira criança a morrer em 2024 vítima de bala perdida. Outras cinco ficaram feridas no período, mas sobreviveram.
BRUNA FANTTI / Folhapress