SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) iniciou nesta sexta-feira (2) os preparativos para a demolição do palacete da rua Artur Prado, na região central de São Paulo. Cinco funcionários trabalhavam no local nesta tarde para a instalação de uma barreira de proteção que fará o isolamento da edificação e impedirá o trânsito de pedestres na calçada em frente.
O imóvel é parte do conjunto de bens tombados como patrimônio urbanístico do distrito Bela Vista, mas a prefeitura afirma que é preciso destruí-lo porque há risco de desmoronamento.
Assinado na última quarta (31), o contrato de demolição prevê um trabalho lento. O prazo de execução está estimado em 180 dias.
Laudo da Subprefeitura Sé afirma que o imóvel possui danos irreversíveis e que há risco de colapso, o que justifica a necessidade de demolição imediata, segundo a prefeitura.
Construído para ser residência da família Ribeiro da Luz, o casarão foi abandonado na década de 1980. Atualmente é sustentado por escoras, que foram instaladas em 2011. O local também está interditado pela Defesa Civil.
No início de janeiro, o palacete desabou parcialmente e colocou em risco imóveis vizinhos e pedestres. Um prédio ao lado teve a área de circulação e o corredor lateral interditados pelo risco de serem atingidos em caso de colapso da estrutura.
Antes ir abaixo por completo, o local passará por etapas preliminares que contam com vistoria e liberação de alvarás de tapume, para que finalmente sejam realizadas a demolição da estrutura e a limpeza do terreno.
A expectativa é que a demolição produza 1.000 metros cúbicos de entulho, volume suficiente para encher aproximadamente 70 caçambas de caminhões.
O palacete de 1913 integra um conjunto de imóveis e traçados viários que fazem parte da resolução de 2002 do tombamento da Bela Vista, distrito que fica entre a avenida Paulista e o centro histórico da capital.
As características do bairro têm importância histórica e urbanística para formação da cidade, o que justifica o tombamento, segundo o Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio).
Para que a demolição fosse autorizada, a área do palacete precisou ser excluída do enquadramento como Zepec -zona especial de preservação cultural, demarcada pela Lei de Zoneamento. Segundo a prefeitura, a legislação que prevê esse tipo de exclusão pode ser aplicada neste caso.
CLAYTON CASTELANI E ZANONE FRAISSAT / Folhapress