SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Sustentado por escoras que escondem as características que o levaram a integrar o patrimônio urbanístico da Bela Vista, bairro no centro de São Paulo, o palacete localizado no número 376 da rua Artur Prado será demolido a partir desta sexta-feira (2).
Assinado na última quarta (31), o contrato de demolição tem prazo de execução estimado em 180 dias, disse nesta quinta (1º) a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
Laudo da Subprefeitura Sé afirma que o imóvel possui danos irreversíveis e que há risco de colapso, o que justifica a necessidade de demolição imediata.
Antes ir abaixo por completo, o local passará por etapas preliminares que contam com vistoria e liberação de alvarás de tapume para cercar a obra, para que finalmente sejam realizadas a demolição da estrutura e a limpeza do terreno.
A expectativa é que a demolição produza 1.000 metros cúbicos de entulho, volume suficiente para encher aproximadamente 70 caçambas de caminhões.
O palacete de 1913 integra um conjunto de imóveis e traçados viários que fazem parte da resolução de 2002 do tombamento da Bela Vista, distrito que fica entre a avenida Paulista e o centro histórico da capital.
As características do bairro têm importância histórica e urbanística para formação da cidade, o que justifica o tombamento, segundo o Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio).
Para que a demolição fosse autorizada, a área do palacete precisou ser excluída do enquadramento como Zepec -zona especial de preservação cultural, demarcada pela Lei de Zoneamento. Segundo a prefeitura, a legislação que prevê esse tipo de exclusão pode ser aplicada neste caso.
Construído para ser residência da família Ribeiro da Luz, o casarão foi abandonado na década de 1980. As estacas que o sustentam foram instaladas em 2011.
O local também está interditado pela Defesa Civil. No início de janeiro, o palacete desabou parcialmente e colocou em risco imóveis vizinhos e pedestres. Um prédio ao lado teve a área de circulação e o corredor lateral interditados pelo risco de serem atingidos em caso de colapso da estrutura.
CLAYTON CASTELANI / Folhapress