Para zerar filas do SUS em SP, Boulos pretende criar ‘Poupatempo da saúde’

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL) afirmou em encontro nesta segunda-feira (12) que, caso seja eleito, pretende implementar o “Poupatempo da saúde” para zerar filas dos hospitais e unidades de saúde da capital paulista.

O encontro foi promovido pelo SindHosp (Sindicato dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de SP) e faz parte de uma série de conversas com os pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo.

Com a apresentação de Francisco Balestrin, presidente da associação, os participantes recebem um livro-guia elaborado pelo sindicato patronal com os quatro principais eixos de discussão da saúde pública da capital paulista: saúde mental, envelhecimento saudável, controle de epidemias e doenças crônicas.

Guilherme Boulos durante participação de encontro do SindHosp Gerson Areias Reprodução SindHosp A Logo no início do bate-papo, Boulos apresentou sua aposta para as filas na cidade, a criação de um “Poupatempo da saúde”, que também contará com centro diagnóstico focado em especialidades e em regiões diversas do município. De acordo com ele, a estimativa é que o projeto tenha orçamento de cerca de R$ 4 bilhões para a implementação.

Outras propostas relacionadas a tecnologia, como telemedicina e digitalização dos prontuários, também são algumas das soluções apontadas pelo pré-candidato.

“A telemedicina é importante, precisa ser melhor desenvolvida na nossa cidade, junto com prontuário unificado, digitalização da fila e maior transparência”, afirmou Guilherme Boulos durante bate-papo com SindHosp.

O projeto para a saúde digital, segundo o pré-candidato do PSOL, está sendo desenvolvido junto com Ana Estela Haddad, Secretária de Informação e Saúde Digital do Brasil.

Ainda para a saúde, Guilherme Boulos afirmou que quer incluir mais médicos especializados para trabalhar na rede pública em programa de conveniência em parceria com o Governo do Estado de São Paulo –com quem pretende criar outras parcerias para gestão da saúde, como por exemplo, para os procedimentos de média e alta complexidade.

“É necessário diálogo entre a rede municipal e estadual de média e alta complexidade de hospitais”, disse Boulos.

Questionado sobre os planos para a saúde mental, o pré-candidato disse possuir proposta de política integrada com a educação, disponibilizando psicólogos em todas as escolas municipais de São Paulo para atendimento, além dos alunos, também dos professores. “Temos uma taxa de adoecimento de docentes altíssima”, completou Boulos.

Já em regiões com alta incidência de dependentes químicos, a solução apresentada pelo pré-candidato é a aprimoração dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) Móveis, para tentar levar as pessoas em vulnerabilidade ao tratamento adequado.

Pensando na longevidade e qualidade de vida dos mais velhos, Guilherme Boulos afirmou que, caso eleito, pretende aprimorar também o PAI (Programa Acompanhante de Idosos). “Esse programa, infelizmente, não recebeu a atenção devida e queremos ampliar”, completou.

Segundo ele, a iniciativa vai, além de possibilitar acompanhamento médico de idosos em casa, criar espaços de lazer, de acompanhamento multiprofissional e centros de cursos e oficinas para essa população, em especial, nas periferias de São Paulo.

Quando perguntado sobre parceria com a iniciativa privada, Boulos citou as OSSs (Organizações Sociais de Saúde) como exemplos e, de acordo com ele, fundamentais para funcionamento do SUS (Sistema Único de Saúde). No entanto, afirmou que pretende ampliar a fiscalização desses espaços.

“É necessário uma gestão com padrão, fiscalização adequada e unificação de procedimentos”, disse.

Ao final da participação, a Folha questionou o pré-candidato sobre uma possível reabertura do Hospital Municipal Vila Nova Cachoeirinha para a realização de abortos nos casos previstos em lei –a unidade foi fechada para a prática no fim do ultimo ano– e, após o evento, Boulos não informou se pretende retomar as atividades do local. Por áudio, afirmou defender que a lei seja cumprida e que é isso que todo prefeito deve fazer.

Ainda após o evento, o pré-candidato também disse que os pais, ambos médicos, o ajudaram na formulação da proposta para a saúde de uma maneira humana.

A entrevista na íntegra está disponível no canal do YouTube do SindHosp, que já entrevistou Tabata Amaral (PSD), Pablo Marçal (PRTB) e o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB).

ANDREZA DE OLIVEIRA / Folhapress

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