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Paramount desiste de se livrar de contrato da Libertadores e deve cumprir acordo até 2026

ARACAJU, SE (FOLHAPRESS) – A Paramount desistiu de abrir mão do contrato que lhe garante os direitos de transmissão da Libertadores da América e da Copa Sul-Americana. A empresa procurava opções para deixar de exibir os jogos desde o início de abril, como antecipou a Folha de S.Paulo.

Foram dois os motivos que fizeram isso acontecer. O primeiro é a falta de interessados no pacote ao qual a Paramount tem acesso atualmente. O conglomerado de mídia tem as segundas escolhas dos dois torneios continentais que exibe na TV paga e no streaming. Nenhuma empresa se mostrou disposta a assumir os jogos.

O segundo e mais importante ponto é a multa alta que teria de ser paga à Conmebol (Confederação Sul-Americana de Futebol) caso os direitos fossem entregues. A reportagem apurou que o valor está na casa dos US$ 50 milhões (R$ 270,4 milhões), valor similar ao que a Globo desembolsou em 2021 após acordo com a entidade por quebrar o acordo da Libertadores na TV aberta devido à pandemia de Covid-19.

Além do Brasil, a Paramount tem direitos dos jogos no restante da América Latina. A empresa vive uma fase difícil no quesito financeiro. Os pagamentos para a Conmebol estão em dia, mas o torneio só tem tido bom retorno financeiro no Brasil e na Argentina.

Em outros países do continente, onde a empresa americana também tem os direitos para mídia aberta, o retorno tem sido muito abaixo do esperado. A arrecadação nos dois países principais não é o suficiente para evitar o prejuízo com o evento.

Para a montagem da equipe de transmissão no Brasil, a Paramount contratou nomes conhecidos do mercado, como João Guilherme, Nivaldo Prieto, Paulo Vinícius Coelho, o PVC, e Alê Xavier, entre outros. Os profissionais citados têm contrato até 2026.

Não é a primeira vez que a Conmebol precisa lidar com algo do tipo. Em 2020, durante a pandemia, a Globo rescindiu o acordo pelos direitos da Libertadores de forma unilateral. A emissora fez um acordo em 2021 e pagou uma multa à entidade.

No ciclo 2023-2026, o aplicativo OneFootball renegociou seu contrato com a Conmebol pelos highlights das competições e devolveu os direitos na América do Sul, com exceção do Brasil, para reduzir custos.

A CRISE DA PARAMOUNT EM NÚMEROS

Segundo balanços divulgados pela própria Paramount para acionistas, o streaming Paramount+ deu um prejuízo de US$ 1,6 bilhão (R$ 8,2 bilhões na cotação atual) em 2023. Por causa disso, produções nacionais, como o reality show Rio Shore, foram canceladas.

Os papéis da companhia, negociados em bolsa nos Estados Unidos, acumulam queda de 52% em 12 meses. Em três anos, o tombo é de 73%. No balanço do ano passado, há cerca de US$ 14 bilhões (R$ 72 bilhões) em dívidas e empréstimos.

Para sanar a crise, a Paramount está à venda. O fundo de capital privado Apollo Global teria, de acordo com o Wall Street Journal, oferecido US$ 11 bilhões (quase R$ 60 bilhões) para adquirir as divisões de cinema e TV da Paramount, mas a proposta foi recusada.

O fundo fez uma segunda proposta de US$ 26 bilhões (mais de R$ 140 bilhões) pelo grupo todo, mas o negócio também não foi aceito. Agora, segundo o New York Times, a Apollo está buscando o apoio da Sony, que já tem a Columbia Pictures, para fazer a aquisição por completo. A entrada da Sony agrada aos acionistas da Paramount.

O maior entusiasta da compra da Libertadores e da Sul-Americana pela Paramount, em maio de 2022, foi o executivo JC Acosta, então presidente da empresa na América do Sul. Logo após o acordo, em outubro do mesmo ano, Acosta foi demitido pela companhia.

A Paramount é dona de um dos estúdios de cinema mais tradicionais do mundo, que produz franquias como “Top Gun” e “Missão: Impossível”, de marcas de TV como MTV e Nickelodeon, e da Pluto TV, plataforma de streaming gratuita mais vista do mundo.

Procurada pela reportagem, a Conmebol afirma que não tem informações de mudança nas transmissões das suas competições. Já a Paramount diz que prefere “não comentar especulações”.

GABRIEL VAQUER / Folhapress

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