SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Eslovênia se tornou o mais recente país da União Europeia a reconhecer o Estado da Palestina após seu Parlamento aprovar, nesta terça-feira (4), a medida anunciada pelo governo na semana passada.
“O reconhecimento da Palestina como um Estado soberano e independente envia esperança ao povo palestino na Cisjordânia e em Gaza”, disse o primeiro-ministro Robert Golob na rede social X. O país europeu legitimou as fronteiras demarcadas por uma resolução da ONU de 1967 ou por qualquer futuro acordo de paz alcançado entre Palestina e Israel.
Ao comunicar a medida, na quinta-feira passada (30), Golob seguiu os passos de Espanha, Irlanda e Noruega, que haviam reconhecido a Palestina conjuntamente dias antes como parte de um esforço para pressionar Israel a encerrar o conflito que já fez matou mais de de 36 mil pessoas em Gaza, de acordo com o Hamas.
A proposta foi aprovada por 52 dos 90 dos membros do Parlamento, que é dominado pela coalizão governista, em uma sessão que sem participação da oposição, que boicotou a votação. Apenas um deputado se absteve.
Antes de se ausentar, a oposição tentou impedir a aprovação em uma sessão caótica que durou seis horas. O direitista Partido Democrático Esloveno (SDS, na sigla em esloveno) argumenta que o momento não é propício para reconhecer a Palestina, já que tal medida apenas beneficiaria o Hamas.
Na segunda-feira (3), a sigla apresentou uma proposta que pedia um referendo sobre o decreto de Golob. O reconhecimento provavelmente seria chancelado pela população –segundo uma pesquisa realizada em abril com 600 pessoas e publicada no jornal Dnevnik, mais de 60% dos eslovenos apoiam a medida, enquanto 20% a rejeitam.
A estratégia do partido, liderado pelo ex-primeiro-ministro conservador Janez Jansa, era adiar a votação por pelo menos um mês. O SDS chegou a retirar a proposta após a coalizão governista tentar contorná-la nesta terça, mas apresentou o texto novamente horas depois.
O comitê parlamentar de assuntos estrangeiros, então, declarou a proposta inadequada e a rejeitou em uma sessão extraordinária. A presidente do Parlamento, Urska Klakocar Zupancic, por sua vez, considerou que a oposição havia “abusado do mecanismo de referendo” e que o prazo de 30 dias se aplicava somente a projetos de lei, não decretos.
Jansa, que no passado foi próximo do atual premiê israelense, Binyamin Netanyahu, acusou a coalizão de centro-esquerda no poder de “violação de procedimentos” e abandonou a sessão junto com os deputados de seu partido.
Mesmo assim, o governo conseguiu a maioria dos votos, apesar do pedido do chanceler israelense, Israel Katz. Na semana passada, o ministro cobrou que os deputados eslovenos rejeitassem o reconhecimento, afirmando que a aprovação “equivaleria a recompensar” o Hamas e fortaleceria o “eixo do mal iraniano”, prejudicando a amizade entre os povos dos pois países.
Com a Eslovênia, 146 dos 193 países da ONU reconhecem o Estado palestino, uma lista da qual estão ausentes a maioria dos países da Europa Ocidental e América do Norte, assim como Austrália, Japão e Coreia do Sul.
Dos 27 membros da UE, Suécia, Chipre, Hungria, República Tcheca, Polônia, Eslováquia, Romênia, Bulgária, Eslovênia, Irlanda e Espanha j á reconheceram a Palestina, lista a qual Malta poderia se juntar em breve.
Confira abaixo, em ordem alfabética, a lista completa. O Ministério palestino das Relações Exteriores considera ainda a Santa Sé (Vaticano), que não é um Estado-membro das Nações Unidas, e Malta, país europeu que oficialmente ainda não reconheceu o status dos palestinos.
1 – Afeganistão
2 – África do Sul
3 – Albânia
4 – Angola
5 – Antígua e Barbuda
6 – Arábia Saudita
7 – Argélia
8 – Argentina
9 – Azerbaijão
10 – Bahamas
11 – Bahrein
12 – Bangladesh
13 – Barbados
14 – Belarus
15 – Belize
16 – Benin
17 – Bolívia
18 – Bósnia
19 – Botsuana
20 – Brasil
21 – Brunei
22 – Bulgária
23 – Burkina Fasso
24 – Burundi
25 – Butão
26 – Cabo Verde
27 – Camboja
28 – Cazaquistão
29 – Chade
30 – Chile
31 – China
32 – Chipre
33 – Colômbia
34 – (ilhas) Comores
35 – Congo
36 – Coreia do Norte
37 – Costa do Marfim
38 – Costa Rica
39 – Cuba
40 – Djibuti
41 – Dominica
42 – Egito
43 – El Salvador
44 – Emirados Árabes Unidos
45 – Equador
46 – Espanha
47 – Eslováquia
48 – Eslovênia
49 – Essuatíni (antiga Suazilândia)
50 – Etiópia
51 – Filipinas
52 – Gabão
53 – Gâmbia
54 – Gana
55 – Geórgia
56 – Granada
57 – Guatemala
58 – Guiana
59 – Guiné
60 – Guiné-Bissau
61 – Guiné Equatorial
62 – Haiti
63 – Honduras
64 – Hungria
65 – Iêmen
66 – Índia
67 – Indonésia
68 – Irã
69 – Iraque
70 – Irlanda
71 – Islândia
72 – Jamaica
73 – Jordânia
74 – Kuwait
75 – Laos
76 – Lesoto
77 – Líbano
78 – Libéria
79 – Líbia
80 – Madagascar
81 – Malásia
82 – Maláui
83 – Maldivas
84 – Mali
85 – Marrocos
86 – (ilhas) Maurício
87 – Mauritânia
88 – México
89 – Moçambique
90 – Mongólia
91 – Montenegro
92 – Namíbia
93 – Nepal
94 – Nicarágua
95 – Níger
96 – Nigéria
97 – Noruega
98 – Omã
99 – Papua Nova Guiné
100 – Paquistão
101 – Paraguai
102 – Peru
103 – Polônia
104 – Qatar
105 – Quênia
106 – Quirguistão
107 – República Centro-Africana
108 – República Democrática do Congo
109 – República Dominicana
110 – República Tcheca
111 – Romênia
112 – Ruanda
113 – Rússia
114 – Santa Lúcia
115 – São Cristóvão e Névis
116 – São Tomé e Príncipe
117 – São Vicente e Granadinas
118 – Senegal
119 – Serra Leoa
120 – Sérvia
121 – Seychelles
122 – Síria
123 – Somália
124 – Sri Lanka
125 – Sudão
126 – Sudão do Sul
127 – Suécia
128 – Suriname
129 – Tadjiquistão
130 – Tailândia
131 – Tanzânia
132 – Timor Leste
133 – Togo
134 – Trinidad e Tobago
135 – Tunísia
136 – Turcomenistão
137 – Turquia
138 – Ucrânia
139 – Uganda
140 – Uruguai
141 – Uzbequistão
142 – Vanuatu
143 – Venezuela
144 – Vietnã
145 – Zâmbia
146 – Zimbábue
Redação / Folhapress