SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Parlamento Europeu entregou nesta quinta-feira (24) o prêmio Sakharov Anual de Liberdade de Pensamento aos líderes da oposição María Corina Machado e Edmundo González por “representarem o povo da Venezuela que luta para restaurar a liberdade e a democracia”.
A Venezuela realizou uma eleição presidencial em julho, com a oposição publicando contagens de votos que mostram que González venceu de forma esmagadora.
Mas o Conselho Nacional Eleitoral declarou o ditador Nicolás Maduro como vencedor, e González -que é procurado pelas autoridades venezuelanas- fugiu para a Espanha.
Um tribunal venezuelano emitiu um mandado de prisão contra González, após pedido do Ministério Público, controlado pelo regime, acusando-o de conspiração e de outros crimes, depois de Maduro atribuir à oposição uma tentativa de golpe.
“Edmundo e María continuaram a lutar pela transição de poder livre, justa e pacífica. Defenderam destemidamente os valores que milhões de venezuelanos e este parlamento consideram tão caros: justiça, democracia e estado de direito”, disse a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola.
Segundo a presidente, María Corina e González representam “todos os venezuelanos, dentro e fora do país, que lutam para restabelecer as liberdades e a democracia diante da injustiça”.
O prêmio Sakharov foi lançado em 1988 e é concedido a indivíduos e organizações que defendem os direitos humanos e a democracia.
No ano passado, o parlamento concedeu o prêmio à iraniana Mahsa Amini, que morreu sob custódia policial, e ao movimento “Mulher, Vida, Liberdade” no Irã.
María Corina vive escondida desde que denunciou fraude nas eleições presidenciais. Ela foi impedida de disputar a eleição e tornada inelegível pelo Judiciário cooptado pelo regime. González, por sua vez, está exilado na Espanha desde 8 de setembro, após tornar-se alvo de uma ordem de prisão.
No fim de setembro, a oposição venezuelana denunciou o sequestro de dois integrantes da equipe de segurança da líder da oposição, incluindo seu chefe de segurança, que já havia sido preso antes das eleições.
Após a reeleição do ditador para um terceiro mandato, há uma onda de detenções de pessoas do círculo próximo de María Corina.
Redação / Folhapress