Partido de Kamala e Biden pode empatar com o de Trump em número de governadores nos EUA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Junto com a eleição presidencial e a escolha de novos representantes para a Câmara dos Deputados e o Senado, os americanos definirão na próxima terça-feira (5) os futuros governadores de 11 estados.

Destes, hoje oito são governados por republicanos (Utah, Montana, Dakota do Norte, Missouri, Indiana, Virgínia do Norte, New Hampshire e Vermont) e três por democratas (Washington, Carolina do Norte e Delaware).

Ao todo, atualmente, os republicanos lideram por uma pequena margem o número de governos estaduais: estão no poder em 27, contra 23 dos democratas. Considerando as pesquisas eleitorais, há possibilidade de mudanças a favor dos democratas em dois estados.

A disputa mais apertada e imprevisível é a de New Hampshire, estado hoje governado pelo republicano Chris Sununu, que tanto pode ser sucedido pela sua colega de partido, a ex-senadora Kelly Ayotte, quanto pela democrata Joyce Craig, ex-prefeita de Manchester, a maior cidade do estado.

Os republicanos também correm o risco de serem destronados em Indiana, onde a democrata Jennifer McCormick (uma ex-republicana) está na cola do senador Mike Brown -em tese, ainda favorito.

Se vencerem nos dois, a tendência é que os democratas empatem com os republicanos no quadro geral, com 25 estados para cada partido.

Isso porque nos outros nove estados a tendência é que os republicanos permaneçam à frente dos seis que já governam e que os democratas mantenham os seus três -o partido de Joe Biden e Kamala Harris tem vantagem em Washington (onde estão no poder ininterruptamente desde 1985) e na Carolina do Norte e franco favoritismo em Delaware.

Vem da Carolina do Norte, aliás, uma das histórias mais barulhentas entre as disputas estaduais. Segundo denúncia revelada pela rede de TV CNN, o candidato do Partido Republicano, Mark Robinson, escreveu que era um “nazista negro” em um site pornográfico e disse que era favorável a reinstituir a escravidão, entre outras declarações racistas e extremistas.

Conhecido por falas homofóbicas e transfóbicas, o republicano negou ter sido o autor das publicações e manteve sua candidatura. A investigação da CNN incluiu uma análise das publicações do usuário de Robinson no site pornográfico, que era o mesmo de outras contas públicas utilizadas pelo político.

A reportagem identificou frases semelhantes e fatos biográficos compatíveis -por exemplo, o usuário no site dizia ter nascido em 18 de agosto de 1968, assim como Robinson; dizia ter se casado em 1990, mesma data do casamento de Robinson; e afirmava morar em Greensboro, onde Robinson de fato mora.

Se o democrata Josh Stein, procurador-geral da Carolina do Norte, já era favorito antes do escândalo, tornou-se mais ainda depois dele.

Entre os 11 governos locais em disputa nesta eleição, o da Carolina do Norte é o mais importante, porque é o único estado-pêndulo –como são chamados os sete sem tradição clara republicana ou democrata e que, por isso, são mais decisivos-, e a disputa estadual pode influenciar a presidencial. Também é o que, dos 11, possui o maior número de delegados no Colégio Eleitoral (16).

Dos últimos oito presidentes americanos, quatro foram antes governadores de estado: os democratas Jimmy Carter (Geórgia) e Bill Clinton (Arkansas) e os republicanos Ronald Reagan (Califórnia) e George W. Bush (Texas).

Como de costume nos EUA, as eleições legislativas e estaduais são acompanhadas por plebiscitos e referendos, nos quais o eleitorado decidirá sobre diferentes temas, que vão do direito ao aborto à descriminalização da maconha, bem como questões relacionadas a imigração.

Além dos 11 estados, haverá eleições também em dois territórios americanos fora do país -Porto Rico e Samoa Americana.

Redação / Folhapress

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