SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Os cinco passageiros do submersível Titan souberam que iriam implodir cerca de um minuto antes da implosão, segundo cálculos feitos por um engenheiro especialista em submarinos para o site espanhol NIUS.
O estudo mostrou que as vítimas perceberam que a implosão ocorreria entre 48 e 71 segundos antes. Nesse período, José Luis Martín calculou que o submersível afundou verticalmente por 900 metros “sem nenhum controle”.
Submersível caiu “como se fosse uma pedra”. Segundo o engenheiro, a força à qual os passageiros foram submetidos foi tão grande que eles “se amontoaram uns em cima dos outros” na parte da frente da cápsula. “Foi como um filme de terror”, disse Martín.
Passageiros tinham consciência do que estava acontecendo. Ainda de acordo com o especialista, o que tornou a situação pior é que as cinco pessoas a bordo estavam no escuro e sem comunicação com a superfície. Isso porque o submersível também teve uma falha elétrica.
A alavanca de emergência não foi acionada. Essa foi a conclusão de Martín após ele também analisar o protocolo de uso do dispositivo. Para ele, o equipamento não era “adequado” para acionamento em situações críticas.
EMPRESA SUSPENDE ATIVIDADES
O anúncio da suspensão das atividades da OceanGate foi feito na quinta-feira (6). A companhia não explicou o motivo da suspensão.
Neste domingo (9), porém, a companhia ainda anuncia em seu site uma expedição no arquipélago de Açores, em Portugal, previsto para maio de 2024.
ENTENDA O CASO
O submersível, apelidado de “Titan”, submergiu no dia 18 de junho. Os turistas queriam ver os destroços do Titanic, localizado no Atlântico Norte.
O barco de apoio na superfície, o quebra-gelo Polar Prince, perdeu contato com ele cerca de uma hora e 45 minutos mais tarde, segundo a Guarda Costeira dos EUA.
Um piloto e quatro passageiros faziam parte da expedição. São eles: Stockton Rush, presidente da OceanGate; o bilionário Hamish Harding; Shahzada e Suleman Dawood, um empresário paquistanês e seu filho; e Paul-Henry Nargeolet, ex-comandante da Marinha Francesa e considerado um dos maiores especialistas do naufrágio do Titanic.
O submersível foi dado como desaparecido a cerca de 700 quilômetros ao sul de São João da Terra Nova, capital da província canadense de Terra Nova e Labrador, segundo as autoridades canadenses, na área onde ocorreu o naufrágio do Titanic, em 1912.
Redação / Folhapress