Paul McCartney encanta Minas Gerais com ‘mineirês’ e Milton Nascimento

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Se Paul McCartney não sabia, agora, depois de dois shows em Belo Horizonte com a turnê “Got Back”, é provável que saiba. Foi para McCartney e outro ex-Beatle, John Lennon, assassinado em 1980, que Márcio e Lô Borges, do Clube da Esquina, compuseram com Fernando Brant a faixa “Para Lennon e McCartney” em 1970.

Imortalizada na voz de Milton Nascimento, a música remete ao fato de seus ídolos de Liverpool não saberem da existência dos fãs brasileiros que assinam a composição. Agora, mais de 50 anos depois, Bituca foi convidado de honra de McCartney em sua passagem na capital mineira no domingo (3) e na segunda-feira (4) na Arena MRV, casa do Atlético Mineiro.

Milton assistiu às duas apresentações. A produção não informou se os artistas se encontraram. No domingo, Bituca acompanhou o show em uma área voltada a pessoas com mobilidade reduzida. Na segunda, esteve acompanhado de Lô Borges. Havia expectativa de que ele subisse aos palcos, o que não ocorreu.

Na segunda, o ex-Beatle abriu o show com “A Hard Days Night”, dos Beatles. No domingo, a abertura foi com “Can’t Buy Me Love”. Foram feitas outras duas alterações no repertório. Na, a banda trocou “New por “Queenie Eye” e “Birthday” por “Saw Her Standing There”. Também foram retiradas “Fuh You” e “College/Bathroom”.

Canções dos Beatles, do próprio músico e também de sua antiga banda, Wings, formaram o repertório da apresentação, acompanhada em coros pelo público —com mais fervor nas faixas do quarteto inglês, como “Love Me Do”, “Obla D Obla Da”, “Let it Be” e, já no encerramento da apresentação, “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” e “Golden Slumbers”, apresentadas nos dois dias.

Do Wings, a maior agitação aconteceu na apresentação de “Live and Let Die”, com direito a chamas no palco e fogos de artifício, o ápice dos efeitos especiais nos shows, que tiveram ainda canhões de laser e projeções em uma plataforma que é colocada no palco quando o ex-Beatle toca piano, por exemplo.

Além de dizer frases em português durante os shows, a maioria delas lidas, Paul arriscou algumas palavras também em “mineirês”, soltando um “trem bom” ao comentar a atmosfera do show no domingo e dizendo “estou aqui, uai” na segunda.

No domingo, ao perceber que havia um fã passando mal na plateia, o artista parou o show e só retomou depois que pessoas próximas fizeram sinal de que tudo estava bem. É tida como causa do desconforto o calor, amenizado nesta segunda após uma chuva durante a tarde, que levou muitos fãs a chegaram ao estádio com capas, apesar de não ter chovido durante a apresentação.

O fã que passou mal foi encaminhado para um centro médico do estádio, localizado na lateral do palco, assim como outras três pessoas. A apresentação de domingo teve 42 mil pessoas na plateia, e a de segunda, 40 mil, segundo a produção.

Os dois shows começaram com atraso. Marcados para 20h, o de domingo começou às 21h10, e o de segunda, às 20h50. As apresentações tiveram cerca de 2 horas e 40 minutos.

Depois de tocar em Brasília e Belo Horizonte, Paul McCartney passa por São Paulo, Curitiba e Rio de Janeiro. O próximo show será na capital paulista, na quinta-feira (7), no Allianz Parque. A cidade terá ainda outras duas apresentações, nos dias 9 e 10.

LEONARDO AUGUSTO / Folhapress

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