SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O compositor Paulo Vanzolini, que faria cem anos na quinta-feira (25), é autor de canções que fascinam o Brasil. São dele as canções “Volta Por Cima”, já gravada por Elza Soares e Beth Carvalho, e “Ronda”, escrita com Caetano Veloso e eternizada nas vozes de Márcia e Maria Bethânia.
Para além da música, Vanzolini tinha também um pé na ciência. Nascido em São Paulo, ele trabalhou como diretor do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo (USP) por 30 anos. Na universidade de Harvard, nos Estados Unidos, o artista se especializou em herpetologia, ciência que estuda répteis e anfíbios.
Ele ajudou a estruturar o importante acervo de exemplares hoje abrigados no museu paulistano, tornando-a crucial para pesquisas que viriam a ser feitas no futuro.
Vanzolini deu aula para Drauzio Varella, um dos médicos mais respeitados do país, e colunista da Folha. “Eram aulas de bioestatística, aos sábados, nos tempos do quadro-negro e do giz que ele só largava na hora de acender o cachimbo”, escreveu Drauzio em texto publicado neste jornal em 2013, quando Vanzolini morreu por causa de complicações decorrentes de uma pneumonia.
De volta à música, “Samba Erudito”, “Praça Clóvis” e “No Fim Não se Perde Nada” também são destaques no catálogo de Vanzolini. O artista foi mestre em retratar a boêmia paulistana por meio do samba. Era um cronista musical.
A inspiração para compor “Ronda” veio de suas andanças pelo centro da capital paulista, onde patrulhava áreas de prostituição. Era década de 1940, e ele havia sido convocado para servir ao Exército há pouco.
Vanzolini é celebrado há décadas. Já foi cantado por vozes como as de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Miúcha, Elton Medeiros e Martinho da Vila.
Redação / Folhapress