RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Presidente do Vasco, Pedrinho concedeu entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira (14) e admitiu conversas com investidores para a venda das ações da SAF do clube. Ele apontou cautela nas conversas e não estipulou prazo para que a negociação seja concretizada
“Existem alguns investidores, e eu tenho que tomar cuidado quando falo porque as pessoas acham que são negociações avançadas. Existem alguns e existem NDAs (acordo de confidencialidade) assinados desse início de conversa. O que posso falar é que já tem muito mais de um mês, e há conversas com mais de um investidor, que são muito iniciais”, disse Pedrinho.
Pedrinho apontou o exemplo do que aconteceu na parceria com a 777 Partners. O Vasco retomou o controle da SAF após uma medida judicial contra a empresa, que enfrentou problemas financeiros e processos também em outros países.
Não podemos normalizar o que aconteceu aqui. Não vou normalizar o que a 777 fez aqui. Já estaria, no mínimo, com quatro meses de salários atrasados. Nunca vou normalizar isso, como não vou normalizar outras situações Pedrinho
O mandatário citou o ex-presidente Jorge Salgado e outros nomes que fizeram parte da gestão passada. Ele ressaltou que uma investigação foi aberta, e afirmou que “atacar a dívida” vai ser uma exigência ao novo investidor da SAF.
“Abrimos uma comissão de investigação, e é bom citar: senhor Salgado, senhor Vitor Roma, senhor Luiz Mello, senhor Adriano Mendes, senhor Julio Brant… Esses caras têm de prestar conta. E eu falo de quem e o porquê. Se não acontecer uma investigação, vamos normalizar o que foi feito aqui. O cenário é esse. Pode melhorar? Pode, e muito! Eu vejo um cenário para o Vasco muito positivo. Se a gente zerar as dívidas, acabou o problema. O problema é a dívida, estamos enxugando gelo. A gente paga via RCE, os juros são maiores do que quanto você paga. Tem que atacar a dívida com dinheiro novo. Essa vai ser uma exigência para o novo investidor, que ele ataque as dívidas”.
Pedrinho apontou que os encontros iniciais são para “mostrar a realidade”. O presidente cruz-maltino revelou ainda que houve investidor que esteve “muito dentro” e deixaram as tratativas.
“Tem um que já assinamos o acordo de confidencialidade e nem começamos a conversar. A conversa inicial é muito mais para você passar um diagnóstico, por isso há um acordo de confidencialidade, os números do clube. Essa conversa de conhecimento do que está acontecendo com o clube, às vezes, não consegue ser nem no primeiro dia, vão ser dois, três encontros só para mostrar a realidade. Se isso avançar, você vai para o segundo passo e começa a construir. Já houve investidores que estavam muito dentro e não estão mais. Não por qualquer empecilho da gestão ou exigência”.
O QUE MAIS ELE DISSE
Venda das ações da SAF: “Enquanto eu for presidente do Vasco, a minha intenção vai ser vender a Vasco SAF. A minha intenção vai ser vender. Vender é outro processo. Paralelamente a isso, não posso ficar sentado no sofá de casa esperando um investidor, porque tenho contas a pagar e preciso fazer com o que o clube ande. Tenho dívidas, compromissos. Tenho de fazer uma reestruturação financeira. O torcedor tem todo o direito, e sou um deles, de nunca mais querer ouvir essa palavra “reestruturação”, porque já foi dita milhões de vezes, e nunca foi feito nada. Quando a gente entra com a medida cautelar antecedente, isso é o início da reestruturação financeira, que nunca foi feita, por nenhuma gestão”.
BRUNO BRAZ / Folhapress