Penha vive valorização imobiliária na zona leste em meio a prédios históricos

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Mais do que um distrito da zona leste de São Paulo, a Penha talvez seja a epítome, o coração, inclusive geográfico, da ZL.

Junto com a Freguesia do Ó -e excluindo naturalmente a Sé-, a Penha é a paróquia mais antiga da cidade, criada no fim do século 18 e depois tornada freguesia (bairro). Mas se a antiguidade do lugar não deve ser tomada como valor em si, é bom que se diga que o passar dos séculos deve ter ajudado a dar à Penha uma certa visão de mundo mais relaxada, bem menos apressada do que a de seu vizinho imediato a oeste.

Na Penha, os edifícios mais altos não estão ali como sinal de riqueza estéril, mas por reverência à própria história do bairro, ligada à religiosidade.

No alto de uma colina, a Basílica de Nossa Senhora da Penha é a grande referência do lugar, com suas torres de cerca de 60 m. Perto dela estão outros equipamentos históricos, como o Centro Cultural da Penha e, um pouco mais afastado, o Mercado da Penha.

No bairro, do limão se fez limonada, e o córrego Tiquatira, outrora estorvo, hoje é protagonista do primeiro parque linear da cidade, criado pela prefeitura em 2008 após o esforço voluntário e solitário do administrador de empresas aposentado Hélio da Silva, que havia plantado centenas de árvores no local.

Nos 16 anos seguintes ele não parou, e a última contabilidade registrava mais de 41 mil árvores no parque e no entorno. Alguns jequitibás, espécie que pode viver centenas de anos e é nativa do bioma de São Paulo, a mata atlântica, marcam presença ali.

A startup imobiliária Loft destaca o crescimento de vendas de imóveis no bairro, 23,6% de janeiro a julho de 2024 em relação ao mesmo período do ano anterior.

“O distrito da Penha teve crescimento forte, acima da média da cidade, que ficou em 6,5%”, afirma Fábio Takahashi, gerente de dados da Loft.

Para o Zap Imóveis, do grupo OLX, o metro quadrado no distrito vale R$ 4.704, valor que pode variar bastante de acordo com a localização. A incorporadora Plano&Plano, por exemplo, explora os limites da região, seja com um projeto na fronteira com o Tatuapé, o Plano&Estação Penha, seja nos limites de Artur Alvim, o Plano&Estação Patriarca.

Renée Silveira, diretora de incorporação da empresa, vê a Penha como um degrau galgado por quem vem de pontos mais distantes da zona leste. “Se você pensar, por exemplo, no pessoal de Itaquera, a Penha é um grande upgrade”, diz.

O Plano&Estação Penha, sucesso de vendas segundo Renée, deve começar a ser ocupado em 2025. É essa estação, aliás, que passa por grande transformação, pois vai se tornar hub metroferroviário. Está prevista ali conexão com a linha 2 do metrô, cuja extensão a partir da Vila Prudente está em obras; e também com a linha 11 da CPTM.

Se estivesse vivo, o cantor Itamar Assumpção, célebre e orgulhoso morador da Penha -que era como ele chamava o pedaço da Vila Matilde que habitava- talvez pudesse dizer, parafraseando o título um de seus velhos discos: “Quem diria! Era só o que faltava”.

PAULO VIEIRA / Folhapress

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