SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Um grupo de pescadores encontrou, na manhã de hoje, o corpo do turista Daniel José Mendes Barbosa dos Santos, 19, que havia desaparecido no mar da praia da Enseada, no Guarujá, no domingo (17). O corpo foi reconhecido pela família do jovem.
O corpo de Daniel foi localizado boiando próximo a um costão rochoso chamado Ponta das Galhetas, que delimita as praias de Astúrias e do Tombo, a cerca de três quilômetros de onde havia desaparecido.
Familiares do rapaz estavam na praia da Enseada quando receberam a notícia de que um corpo havia sido encontrado.
“Nós estávamos caminhando pelas pedras que tem lá na Enseada quando meu telefone tocou. Era uma salva-vidas que estava nos ajudando, dizendo que um corpo havia sido encontrado no mar, em outra praia. Corremos para lá. Precisávamos ter certeza de que era ele, já não conseguíamos aguentar tanta angústia”, afirmou Carlos Alexandre Parreira, primo de Daniel.
Parreira veio de Minas Gerais com o irmão, a esposa e a cunhada, para acompanhar as buscas, além do sogro de Daniel, pai de Luana, a jovem que estava com o rapaz e que foi salva pela equipe do GBMar (Grupamento de Bombeiros Marítimo).
Ele contou que a família foi impedida de fazer o reconhecimento do corpo no local. “Ele estava coberto com uma lona e nos disseram que tínhamos que esperar o IML. Ficamos ali, na praia, embaixo de um sol forte, esperando, naquele sofrimento, naquela ansiedade de ter certeza se era mesmo o Daniel”.
Segundo Parreira, os familiares já tinham quase certeza de que se tratava do rapaz, baseados no relato dos pescadores e na descrição das roupas e de uma pulseira que ele estava usando.
TRÊS HORAS DE ESPERA
O resgate do corpo levou cerca de três horas e, já no IML, os primos e o sogro de Daniel confirmaram que se tratava mesmo do jovem turista que havia desaparecido.
Luana, a namorada da vítima, ainda não foi informada de sua morte, segundo Parreira. A família está tentando encontrar uma “forma mais suave” de dar a notícia.
“Ela é muito jovem, ele também. Estavam juntos há dois anos, e não se largavam por nada. Faziam tudo juntos. Vai ser um baque para ela. Saber que ela foi salva naquele dia, e ele, não. Muito difícil, mesmo”, comentou.
Daniel nasceu e foi criado no município de Novo Cruzeiro, em Minas Gerais. Há dois anos, se mudou para a casa dos sogros, em Piracicaba, para viver com Luana.
Apesar de desejar enterrar o jovem em sua cidade Natal, a família está pensando em realizar o funeral em Piracicaba, por conta da distância.
“É tudo muito triste. Ele era um menino maravilhoso, tinha uma vida pela frente. Mas pelo menos agora vamos poder dar a ele um funeral lindo, digno do que ele merece”, disse ainda Carlos Alexandre.
A reportagem entrou em contato com a SSP-SP (Secretaria da Segurança Pública de São Paulo) em busca de mais informações sobre o caso, mas o órgão não havia respondido aos questionamentos até o momento.
RELEMBRE O CASO
Daniel desapareceu no domingo (17), quando nadava na praia da Enseada. Ele estava com a namorada no mar quando, por volta das 8h30, os dois foram puxados por uma forte correnteza.
A jovem, identificada como Luana, se salvou segurando em pedras, e foi resgatada por um bote das equipes de guarda-vidas. Apesar da insistência dela em retornar para ajudar o namorado, ela foi levada até a praia, em segurança.
Em entrevista ao UOL, o advogado Vinicius Mendes, primo do rapaz, afirmou que Daniel não sabia nadar. Segundo o familiar, o casal havia decidido de última hora fazer um “bate e volta” até a cidade do Guarujá.
“Nos falaram que eles foram puxados por uma corrente muito forte e lançados em direção a umas pedras. Eu soube que ela estava se afogando e meu primo conseguiu fazer a Luana subir nas pedras, mas daí ele desapareceu”, contou Mendes.
OUTRO CORPO FOI ENCONTRADO NESTA TERÇA
Um bote de salvamento de Bertioga encontrou, na terça-feira (19), o corpo de Nicolas Rocha Assencio Araújo, que foi reconhecido pelo avô da vítima, segundo a equipe do GBMar.
O jovem, que também tinha 19 anos, desapareceu na Praia Branca, na tarde de domingo (17), segundo o Corpo de Bombeiros.
Morador de Itaquaquecetuba, o rapaz teria sido arrastado por uma corrente de retorno e não conseguiu sair. Conforme os bombeiros, um surfista no local tentou auxiliá-lo, mas não conseguiu.
MAURÍCIO BUSINARI / Folhapress