SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um dia depois de uma pesquisa da Reuters/Ipsos pôr Kamala Harris numericamente à frente de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, um levantamento divulgado nesta quarta-feira (24) inverte as posições, dando vantagem numérica do republicano.
Segundo o estudo da CNN conduzido pelo instituto de pesquisa SSRS, Trump seria a escolha de 49% dos eleitores americanos registrados nas urnas. Já Kamala considerada a virtual candidata do Partido Democrata apesar de seu pleito não ter sido oficializado ainda teria 46% das intenções de voto.
A diferença entre os dois líderes não é, porém, considerada estatisticamente relevante, uma vez que está dentro da margem de erro da pesquisa, de três pontos percentuais para mais ou para menos.
O mesmo havia ocorrido com a pesquisa da Reuters/Ipsos veiculada na terça (23).
A pesquisa da CNN foi realizada virtualmente na terça (22) e quarta-feira (23). Os entrevistados são eleitores registrados que já tinham participado de uma edição anterior dela, em abril ou em junho. A emissora americana justifica essa metodologia afirmando que, a entrevistar as mesmas pessoas, o levantamento tem mais chances de refletir mudanças reais de opinião ao longo do tempo.
Realizados antes do atentado contra Trump e de Biden anunciar sua desistência da corrida, ambos os levantamentos de abril e de junho mostravam o republicano à frente do democrata por seis pontos percentuais, ou seja, fora da margem de erro.
Embora a nova pesquisa mostre Kamala numericamente atrás de Trump, nela a democrata teria conseguido, portanto, diminuir a distância entre ela e o republicano, empatando tecnicamente com ele.
Além disso, metade dos que demonstram apoio a Kamala na nova pesquisa (50%) afirmam que seu voto é mais a favor dela do que contra Trump. A cifra representa um aumento do entusiasmo dos eleitores do Partido Democrata em relação à figura que possivelmente os representará nas urnas na pesquisa da CNN de junho, 37% dos que declararam voto em Biden disseram que sua principal motivação para apoiá-lo era expressar apoio ao presidente.
As sondagens são um importante indicador para as campanhas, mas estar à frente nelas não significa necessariamente estar mais perto da vitória nos EUA. A eleição é indireta, por meio do Colégio Eleitoral formado por 538 delegados, divididos proporcionalmente entre os estados. Um candidato precisa obter 270 deles para se eleger, e isso pode ocorrer mesmo se este não for o ganhador no voto popular.
Em 2016, por exemplo, Hillary Clinton teve 48,2% dos votos, ante 46,1% de Donald Trump, mas o republicano se elegeu com 304 delegados (ela teve 227).
Redação / Folhapress